Estudante trouxe tecnologias dos EUA e da Alemanha, mas aproveitou a estrutura da universidade. O trabalho é público e está disponível para empresas do mundo inteiro
O pesquisador Artur Christian Garcia, da Universidade Federal de Goiás (UFG), ganhou um prêmio internacional por desenvolver um chip que simula o funcionamento de órgãos do corpo humano. Além de contribuir com tratamentos de doenças, o dispositivo pode substituir o uso de animais em pesquisas. O prêmio é de 10 mil libras, que chega a R$ 60 mil, e foi concedido no fim de dezembro do ano passado.
O goiano, que é de Trindade, desenvolveu o dispositivo que cabe na palma da mão. Os pequenos círculos são chips que podem funcionar como diferentes órgãos do corpo, como coração, pulmão, entre outros.
A partir desses chips, o pesquisador atingiu dois grandes feitos: primeiro, está poupando animais que seriam usados em testes de produtos cosméticos.
“Com este sistema, a gente consegue responder muitas perguntas complexas que muitas vezes não temos a tecnologia adequada e o modelo animal também não é mais adequado. Então, temos um mini-organismo no laboratório que a gente pode testar", comentou o pesquisador.
Segundo, ao simular o funcionamento de um pulmão humano, o Artur descobriu que trabalhadores de determinadas áreas da indústria podem desenvolver asma alérgica caso não usem a proteção necessária.
“Simular condições do funcionamento do organismo humano, como pressão arterial, batimentos cardíacos. A ideia é usar essa plataforma para poder colocar um mini pulmão e simular os aspectos da asma induzida por substâncias químicas”, explicou Artur Garcia.
Na pesquisa de doutorado, que começou há 5 anos, o pesquisador trouxe tecnologias dos Estados Unidos e da Alemanha, mas aproveitou toda a estrutura do laboratório da UFG.
Desde 2004, o laboratório foi indicado 5 vezes para receber prêmio de uma fundação europeia que recompensa trabalhos para acabar ou substituir testes em animais. Ao todo, o laboratório ganhou três prêmios.
O trabalho vem sendo colocado em prática. Segundo o Artur, os resultados são positivos. A tecnologia é pública e está disponível para empresas do mundo inteiro e em momento oportuno, no ano passado, o congresso aprovou lei que proíbe o uso de animais em pesquisas e testes.