Aluno entrou no curso de medicina por cotas e tem o corpo 100% despigmentado por conta da doença. Caso está sendo investigado
Gildásio Warllen dos Santos, 33 anos, é estudante de medicina na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e pode ter três anos do curso anulados. Isso porque o estudante tem vitiligo, com 100% do corpo despigmentado, e passou no vestibular por cotas raciais. Ele tenta comprovar, agora, que é pardo para continuar com a vaga.
O processo está sendo investigado e, caso a universidade decida que o aluno cometeu fraude no processo, ele terá as matérias dos últimos três anos anuladas e será expulso.
Santos afirma ter fotografias da infância e adolescência que mostram sua cor antes de a pele ser despigmentada pela doença.
O relatório da universidade está pronto e só aguardando um dos membros da comissão voltar de férias para analisar o caso. Em 28/4, Santos conseguiu uma liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, que garante a continuidade do estudante no curso até o final do julgamento e processo de apelação na Justiça.
“O suplicante fora admitido no curso de medicina desde de 2018, encontrando-se, atualmente, na iminência de conclusão da graduação. Uma vez que autorizada [a matrícula], pela própria instituição, pressupõe-se o preenchimento dos requisitos legais necessários para essa finalidade, não se podendo admitir o seu superveniente cancelamento, em estágio avançado de conclusão”, diz a decisão.
“O vitiligo destruiu minha cor e agora a UFSB quer destruir minha identidade social, meus sonhos e meu futuro. Sou portador de vitiligo universal. Nasci pardo, sempre me autodeclarei assim”, afirma o estudante, em entrevista à Folha de S.Paulo.
A UFSB diz não ter sido notificada sobre a liminar.