A professora iniciou uma luta com seus pares de estrada por valorização do meio-ambiente pela não derrubada das árvores
êda Vilas Bôas nos diz da poesia das árvores da praça com um carinho poético, ela é uma Literata, Escritora, engajada em causas sociais que defendem os direitos humanos. Professora Mestre em Literatura, revisora, escritora e beneficiadora de textos, pesquisadora UnB-TEL e Consultoria. Presidenta da Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano – ALANEG. Iêda é também estudiosa da vida e obra de Cora Coralina. Ícone da cultura literária goiana. Tem uma carreira imaculada. Sempre foi engajada em questões políticas. Em educação. Em meio-ambiente. E na poesia que é viver em um mundo que fazemos melhor a cada dia.
Há alguns anos, enquanto fazia parte do Fórum de Meio-Ambiente, se deparou com uma atrocidade ambiental: a Igreja Católica ao propor uma reforma pra a praça em frente à igreja, propunha derrubar e matar árvores antiquíssimas do local. No projeto apresentado às autoridades necessárias, a diocese responsável substituiu em seu prospecto os prédios aos arredores por árvores, fazendo assim parecer que a área é arborizada – o que, ressalta a Militante Iêda Vilas Bôas: “É uma mentira, os prédios estão como se fossem árvores no projeto, isso leva ao desengano lógico de quem analisa”.
A professora iniciou uma luta com seus pares de estrada por valorização do meio-ambiente pela não derrubada das árvores, e várias surpresas vieram desde então, inclusive em audiência pública on-line realizada em que o promotor contundentemente baseado na lei, assim como deve ser, colocou sobre a mesa a verdade: a praça nunca pertenceu à igreja e o ato de doação é inválido.
Logo a Câmara de Vereadores também entrou para a discussão do assunto, mas, infelizmente, como em cidades de interior acontece muito: a violência contra a mulher. Verbal, baixa e vil. Em Tribuna Livre a mundialmente respeitada literata toma a palavra e é interrompida aos berros por um dos vereadores e vaiada pelos católicos que apoiam a derrubada das árvores e a acusam de estar levando o caso às vias religiosas, pois Iêda Vilas Bôas é, também, mãe do conhecido Grão-Mestre de Santo Bueno do Barão, o Reinaldo Bueno Filho.
O coronelismo grita e ascende o preconceito contra a mulher, a figura da mulher em si, como se tivesse de estar calada às imposições sociais, e, também à religião de seu filho, que em nada tange a questão das árvores, que são parte da cidade, são vida na cidade, são parte da história, e, obviamente, são árvores! Em que mundo nos dias atuais há de se derrubar uma área arborizada para satisfazer qualquer igreja ou religião que seja?
Nesse toante, a Doutora em Literatura e Escritora Premiada Nacionalmente e Internacionalmente mantém sua luta, mesmo em meio aos berros de políticos em posições misóginas do momento e às vaias e xingamentos dos cristãos que certamente não seguem a cartilha que pregam, afinal, o ponto não era preservar a obra de Deus e amar ao próximo?
Muito ainda há de se desdobrar desde caso, mas, a luta de Iêda Vilas Bôas, mesmo sendo enxovalhada e aviltada até mesmo em sua intelectualidade, já é exemplo e é inspiração para que todos nós lutemos por resguardar o meio-ambiente. “Precisamos dele!” Ela ressalva. E, sobre as críticas, os gritos e as demais ofensas, a Literata responde sorrindo: “Cora Coralina já disse para tirarmos pedras e plantar flores, os vídeos do comportamento deles estão aí, na internet, e são pedras, para a cultura, a educação, o meio-ambiente, e são formas de preconceito típicas de coronelismos em resquícios, eu prefiro as flores, a poesia, o respeito e a unidade divina, que, talvez, seja em qual religião for, um dia até conheçam.”
Resta-nos aguardar para ver o desenrolar dessa história, certamente um pedido de desculpa público à socioambientalista e um novo projeto que contemple manter as árvores se faz pertinente é necessário nos dias de hoje. E, claro, a ressalva mais importante: não é uma discussão por festas da Igreja Católica, nem pela religião praticada pelo filho de Iêda Vilas Bôas, nem pela política coronelista local – é uma luta pelo verde, pelo planeta, pela humanidade e é por isso que deveria ser tratada a questão com mais humanidade e respeito.
Mas, acompanhemos os próximos capítulos torcendo para que não tenhamos a derrubada de árvores e nem mais demonstrações de preconceito. A sociedade está em evolução e precisa se atentar a isso.