Em 2020, 28% afirmou pensar em desistir dos estudos; em 2021, percentual é de 43%. Entre eles, 28% apontam motivos financeiros e 14% dificuldade com ensino remoto.
O percentual de jovens que já pensou em desistir de estudar durante a pandemia cresceu de 28%, em 2020, para 43% em 2021. O índice fica ainda maior se considerada a faixa etária de 18 a 24 anos, quando chega a 49%.
Entre os motivos, 21% dos jovens dizem que pararam de estudar por questões financeiras e 14% por dificuldades no acesso ao ensino remoto.
Os dados são da pesquisa Juventude e Pandemia, do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve). Foram ouvidos 68 mil jovens de 15 a 29 anos em março e abril deste ano.
O levantamento aponta desafios na educação para manter os jovens engajados nas escolas durante o período de suspensão das aulas presenciais e aponta como a falta de ações pode prejudicar o ensino e aprendizagem, como o acesso ao ensino remoto.
Na última sexta (11), o governo promulgou a lei que garante internet gratuita a professores e alunos carentes. O projeto de lei havia sido vetado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Com a derrubada do veto, serão destinados R$ 3,5 bilhões para ações que promovam a conectividade.
"A situação é grave", afirma Marcus Barão, presidente do Conselho Nacional da Juventude. "Precisamos urgentemente de ações concretas, com real capacidade de promover mudanças, atendendo as demandas emergenciais e apresentando perspectivas de futuro", defende.
O levantamento teve parceria das entidades Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Porvir, Rede Conhecimento Social, Unesco e Visão Mundial.
A pesquisa apontou ainda que, quase um ano após a suspensão das aulas presenciais, os jovens continuam apontando sentimentos como ansiedade, cansaço, e insônia: