Coronel Jorge Eduardo Naime, do Departamento Operacional, anuncia que fazendas habitadas serão ocupadas para dar tranquilidade a moradores
Diante da onda de terror e pânico que se instalou na região entre o Distrito Federal e Goiás, assombrada pela presença de Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, a Polícia Militar disse que deve ocupar fazendas habitadas da região para tranquilizar moradores e evitar novas invasões.
Foragido, Lázaro é suspeito de matar uma família no DF (pai, mãe e dois filhos), roubar chácaras e balear outras três pessoas num intervalo de seis dias. Pelo menos 34 propriedades estão sendo monitoradas pela polícia.
“Agora à noite, a PMDF deve ocupar algumas fazendas habitadas, enquanto outras viaturas farão o patrulhamento na rodovia. Nossa principal motivação aqui não é capturar o Lázaro, e sim impedir que ele cause mais mortes. Nossa missão é proteger as pessoas até que consigamos prendê-lo”, disse ao Metrópoles o coronel Jorge Eduardo Naime, chefe do Departamento Operacional da corporação.
De acordo com ele, Lázaro é um criminoso psicótico: “Observamos que ele realmente não tem a motivação de roubar nada. É um criminoso diferente dos que costumamos lidar”. Segundo o Coronel, o suspeito monta locais de espera no mato durante o dia e captura animais para comer. À noite, sai à espreita de novos alvos.
As polícias do DF e de Goiás realizam um cerco, com base em Edilândia (GO), Entorno do DF, para capturar o criminoso. No fim de semana, uma equipe da Polícia Militar chegou a se deparar com o foragido, mas ele trocou tiros com os militares e fugiu para o mato. Agora, os investigadores contam com novas pistas para fechar o cerco contra o assassino em série
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, classificou Lázaro como um “psicopata”. “Ele, além de ser psicopata, é da região. É o que nós chamamos de ‘mateiro’, acostumado a se emburacar no mato. Ele deve ter outra motivação psicótica. Está muito focado em seguir na trajetória criminosa. Mas vamos chegar até ele”, disse Miranda.
Nesse domingo, as corporações divulgaram imagens aéreas da atuação do grupo de busca. As forças policiais estavam espalhadas em pontos estratégicos da região e ocuparam 17 fazendas, mobilizando 200 pessoas para as buscas.
A população de Edilândia (GO) está apavorada com a possibilidade de Lázaro não ser capturado pela força-tarefa. Ao Metrópoles, moradores da região afirmaram que as chácaras estão praticamente vazias. Os chacareiros e trabalhadores estão deixando os locais por medo de uma possível invasão, já que o foragido é acostumado e conhece bem a região e estaria escondido na mata. Ele chegou a entrar em residências entre o sábado e a madrugada desta segunda-feira.
“Estamos vivendo momentos de terror e pânico. Apavorados. A polícia está mobilizada, mas não consegue prender esse homem. Enquanto isso, ele faz um estrago. Desde quinta (10) que ninguém da região sai de casa após as 18h. Estamos aguardando que ele seja preso ainda hoje. Caso não o capturem, eu não volto para a chácara onde moro”, disse Raquel Daniele Farias, 32, atendente de uma LAN house em Edilândia, que mora próximo ao município de Girassol, em uma área rural.
Lázaro é suspeito de matar Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Ele ainda sequestrou Cleonice Marques de Andrade, 43 anos, esposa de Cláudio e mãe das outras vítimas. O crime ocorreu na madrugada do dia 8/6.
O corpo dela foi encontrado nesse sábado, em um matagal. O cadáver estava sem roupa e com um corte nas nádegas, em uma zona de mata perto da BR-070.
Torturada, mutilada e possivelmente estuprada. A morte de Cleonice reflete a crueldade de Lázaro Barbosa de Sousa, 32. O criminoso, autor da chacina que ainda tirou a vida do marido e dos dois filhos da mulher, permanece foragido há seis dias. Caçado por uma coalização de forças policiais, o maníaco arrancou uma das orelhas e executou Cleonice com um tiro na nuca.
Desde então, Lázaro vem entrando e saindo de propriedades, fazendo novas vítimas. Ainda no Incra 9, em Ceilândia, ele invadiu outras duas propriedades. Obrigou os chacareiros a cozinharem para ele e a, até, fumarem maconha com ele. Sempre agressivo, chegou a roubar um carro e incendiar, próximo a Cocalzinho.
No sábado (12), ele invadiu a fazenda da família de um soldado do 8⁰ BPM, próximo à Lagoa Samuel. Ele fez o caseiro refém, quebrou tudo, bebeu e fumou maconha. Também obrigou o funcionário a consumir a droga.
Segundo a corporação, o soldado chegou à propriedade, no início da noite, foi até a cancela e, provavelmente, ao abri-la, o homem fugiu, levando o caseiro como refém.
O criminoso seguiu para a fazenda ao lado, a cerca de 700 m, e baleou três homens. Havia no local uma mulher e uma criança. Testemunhas informaram que o suspeito da chacina colocaria fogo na casa e não o fez por causa das vítimas.