Investigação identificou desvios em 2020 e 2021 na aquisição de remédios judicializados, com dispensa de licitações. Foram cumpridas buscas e apreensões em Goiás e no Distrito Federal.
Policiais civis prendem empresários suspeitos de desviar R$ 2 milhões em medicamentos superfaturados em GO e no DF — Foto: Reprodução/MP-GO
Ministério Público (MP-GO) e a Polícia Civil de Goiás prenderam dois empresários nesta segunda-feira (13) suspeitos de desviar R$ 2 milhões de dinheiro público de Formosa em medicamentos superfaturados. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Valparaíso de Goiás e Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, e em Brazlândia (DF).
A reportagem tenta localizar a defesa dos suspeitos e das empresas alvos de mandados de prisão e busca e apreensão. A reportagem pediu posicionamento da Prefeitura de Formosa, por mensagem de celular às 10h, e aguarda resposta. O Ministério Público também não informou se algum servidor é investigado.
Os alvos da operação Capésius são empresas distribuidoras de medicamentos e empresários. A investigação do MP nos últimos seis meses identificou desvios em 2020 e 2021 na aquisição de medicamentos judicializados, com dispensa de licitações.
De acordo com o MP, o esquema usava empresas em nome de “laranjas” para fraudar licitações de fornecimento de remédios. Foram identificados mais de 200% de superfaturamento em produtos adquiridos pelo Fundo Municipal de Saúde (FMS) de Formosa.
Os mandados de prisão foram contra o empresário Elias Gomes da Silva, José Adimilson de Oliveira e Cláudio Santana, contra os dois últimos foram cumpridos mandatos de prisão temporária.
A compra dos medicamentos era determinada pela Justiça para atender pacientes de Formosa que não conseguiram os remédios com a Secretaria Municipal de Saúde. A partir daí, o MP entrava com pedido no Judiciário para a cidade fornecer o medicamento.
Os empresários e as empresas supostamente envolvidas no esquema apresentavam ao Fundo de Saúde, que compra os produtos, orçamentos falsificados com preços acima dos praticados no mercado, de forma a direcionar a licitação para a empresa que queriam contratar.
Em caso de condenação, os suspeitos podem pegar de seis a 20 anos de prisão. A investigação continua, segundo o MP, para identificar outros envolvidos.