Em uma entrevista a um jornal francês, o ex-presidente disse que Bolsonaro estava 'condenado a me condenar porque a mentira foi longe demais e você não tem como voltar atrás'
O ex-presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva (PT), concedeu uma entrevista para o jornal francês 'Paris Match' e se assumiu que disputará a corrida ao Palácio do Planalto em 2022. Ao periódico, o petista declarou: "Serei candidato contra o Bolsonaro".
Após 19 meses encarcerado e uma pandemia com mais de 400 mil mortes, ao ser questionado sobre sua posição nas eleições de 2022, Lula assumiu o que todos já esperavam: será candidato a presidência da República.
"Se estou na melhor posição para ganhar as eleições presidenciais e gozo de boa saúde, sim, não hesitarei. Acho que fui um bom presidente. Criei laços fortes com a Europa, América do Sul, África, Estados Unidos, China e Rússia", avaliou o ex-presidente.
Lula voltou a criticar Sérgio Moro e relembrou sua declaração ao ex-juiz durante o primeiro depoimento, quando disse que o ex-ministro de Jair Bolsonaro estava "condenado a me condenar porque a mentira foi longe demais e você não tem como voltar atrás".
Para o líder nas pesquisas eleitorais, a equipe da Operação Lava-Jato não imaginava que ele estava "pronto para lutar até o último suspiro para provar que se uniram para me impedir de ir às eleições [de 2018]."
Por fim, o petista opinou que a relação diplomática entre Brasil e França "sempre foi extraordinária" e que essa tradição precisa retornar "apesar das diferenças ocasionais". Lula criticou os conflitos diplomáticos que o Itamaraty promoveu nas últimas oportunidades e lembrou que a última guerra do país ocorreu há mais de 150 anos.