Segundo o levantamento, mais da metade dos criminosos virtuais brasileiros tentam hackear seus conterrâneos, com 55% das investidas cibernéticas voltadas para o próprio país
Um relatório da empresa de segurança cibernética NSFOCUS coloca o Brasil em nono lugar na lista das dez nações mais atuantes em cibercrimes no mundo. Os dados, do “2020 Cybersecurity Insights”, revelam que o país saltou da 15ª posição em 2019 para figurar nos líderes de ataques hacker, na frente do Reino Unido (10º lugar) e atrás da Alemanha (8º lugar).
No quadro geral, China e Estados Unidos ocupam os dois primeiros lugares do pódio de crimes, respectivamente. Os dois países são responsáveis por cerca de 76% do total de ataques registrados, com 66,5% para o primeiro lugar e 18,4% para o segundo.
Segundo o levantamento, mais da metade dos criminosos virtuais brasileiros tentam hackear seus conterrâneos, com 55% das investidas cibernéticas voltadas para o próprio país. O Brasil também cresceu como alvo de DDoS: em 2020, ocupou a sexta colocação geral na lista de cibercrimes no mundo, com ataques que sobrecarregam e derrubam servidores.
No Brasil, a maior parte dos DDoS foi destinada para órgãos governamentais e e-commerces, o que, segundo o relatório, se mantém em 2021. Neste ano, instituições financeiras entrara para o rol dos principais alvos.
Para André Mello, vice-presidente da NSFOCUS na América Latina, a inclusão do Brasil na lista de maiores países em atividades de cibercrime no mundo é um reflexo da hiperdigitalização e da pandemia:
“O mercado do cibercrime está crescendo em progressão geométrica nos últimos anos devido também ao aumento de equipamentos potencialmente vulneráveis conectados à internet (IoT), a sofisticação das técnicas de ataques e o barateamento de recursos computacionais para geração de ofensivas. Tudo isso sem contar a pandemia, que fez explodir o número de ameaças”.
O relatório destacou também que a maior parte dos ataques fica por conta da inundação de e-mails de phishing, ocupando quase 49% dos ataques. Botnets (30,1%) e Falhas de Segurança (13,1%) foram os ataques subsequentes com maior eficácia.
Por fim, as campanhas de phishing tiveram informações sobre a pandemia do coronavírus como tema principal, o que contribuiu muito para a disseminação de ransomware. Segundo o levantamento, um novo vírus chamado Maze foi utilizado principalmente para atacar empresas e indústrias.