Escolher alimentos leves, de fácil digestão e que necessitam menos de refrigeração é a recomendação dos especialistas
Especialistas alertam para cuidados com alimentação, pele e até olhos em razão da exposição ao sol (Foto: reprodução/Internet)
A estação tida como a mais alegre do ano é também aquela em que as pessoas mais cometem abusos na alimentação, no sol e nas bebidas alcoólicas. Mas, como a saúde não tira férias, o cuidado deveria valer o ano todo.
Evitar contratempos é fácil: basta manter o equilíbrio. “Se um dia abusou na comilança, compense no outro diminuindo as quantidades e optando por comidas mais leves e menos gordurosas. É importante adotar uma dieta saudável, com alimentos mais naturais, com menos conservantes, menos industrializados, farinha branca e açúcar branco”, diz Débora Poli, gastroenterologista do Hospital São Luiz Itaim.
O ideal é comer frutas, legumes, verduras, cereais e grãos. Se possível, afaste os doces e as gorduras do cardápio.A professora Franceli da Fonseca Ramos, 39, da Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo, libera o cardápio dos filhos de 7 e 11 anos no início do verão, época das férias. Se não está em casa com as crianças, a alimentação é feita em restaurantes e lanchonetes.
O que não faz mais parte do cardápio são os petiscos vendidos na praia. Ela conta que, há dois anos, ficou quatro dias doente junto com um dos filhos. O quadro era de diarreia e vômito. Desconfiam que o culpado foi o pastel comprado em uma barraca.“Na época de férias, as pessoas se expõem mais ao comer fora de casa ou armazenando alimentos de forma errada. O mesmo raciocínio a gente aplica à água. Nem sempre a fonte é tratada. Às vezes, é de poço e a reserva está contaminada por fezes ou por animais”, explica Francisco Ivanildo Oliveira Júnior, infectologista do Sabará Hospital Infantil.
Escolher alimentos leves, de fácil digestão e que necessitam menos de refrigeração é a recomendação dos especialistas. “Como apagões são frequentes no verão, pode estragar o que está na geladeira e no freezer. Com isso, as pessoas consomem produtos que ficaram horas fora da temperatura ideal. Preste atenção na embalagem. Se estiver estufada, provavelmente deteriorou”, diz Júnior.
Outra recomendação é em relação ao álcool. Além de causar ressaca, tira a capacidade motora e colabora para aumentar as estatísticas de afogamento.
Em grande quantidade, o dano é maior. As mulheres ficam mais suscetíveis à arritmia cardíaca, já que possuem menos água no organismo, além de terem peso corporal menor e apresentarem níveis inferiores de enzimas responsáveis pelo metabolismo do álcool.
“A longo prazo, todas as pessoas que se submetem a um consumo excessivo de álcool podem ter dilatação cardíaca ou miocardiopatia, que é do que uma doença no músculo cardíaco que dificulta o fornecimento de sangue do coração ao corpo e leva a insuficiência cardíaca”, diz José Luiz Aziz, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
É no verão que circulam vírus causadores da conjuntivite e das doenças diarreicas. No primeiro caso, para se proteger basta lavar as mãos e rosto com frequência, separar os objetos de uso pessoal e evitar piscinas e aglomerações.
Em relação às doenças diarreicas, é possível evitá-las adotando medidas simples de higiene, como lavar as mãos antes de preparar ou consumir alimentos, guardá-los em recipientes fechados, higienizar alimentos crus, consumir os alimentos cozidos imediatamente após o preparo e em temperatura quente, beber água potável e guardar as sobras em geladeira.
A exposição ao sol também é perigosa. A consequência imediata é a insolação; com o tempo, a exposição sem proteção pode provocar câncer de pele.Os médicos recomendam hidratação e evitar permanecer ao ar livre nos horários com maior incidência dos raios ultravioletas, entre 10h e 16h, mesmo que não haja sol, porque o mormaço já é perigoso.
O protetor solar deve ser reaplicado a cada vez que entrar na água. É importante ler o rótulo, já que mesmo em produtos à prova d’água o tempo de proteção é determinado.
O sol também pede cuidado com os olhos. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, os principais problemas decorrentes da falta de proteção são fotoceratite, câncer nas pálpebras, pterígio, catarata e degeneração macular.
Ele diz que as frutas cítricas e vermelhas ajudam na proteção dos olhos. São ricas em vitamina C, antioxidante que desacelera o envelhecimento, estimula a produção de leucócitos e melhora a imunidade.
Folha Press