A segunda dose garante a eficácia da vacina, a exceção é a vacina da Johnson (dose única)
A maioria das vacinas utilizadas contra a Covid-19 usa duas doses para imunização. CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer, vacinas que fazem parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI), precisam das duas doses, em intervalos diferentes, para que o esquema vacinal seja completo. A única exceção, até o momento, é o imunizante desenvolvido pela Johnson&Johnson, que utiliza apenas uma dose.
Os estudos das vacinas foram feitos com a imunização em duas doses. Ou seja, a eficácia prometida pelas empresas foi determinada a partir dos testes com duas aplicações. Além de aumentar a proteção, a segunda dose ajuda a prolongar essa proteção.
"A primeira dose vai provocar um estímulo da resposta do nosso sistema imune. Quando você toma a primeira dose, ela já provoca que o nosso sistema de defesa comece a produzir os anticorpos. Mas uma dose não é suficiente, vamos precisar de um reforço. Esse reforço fará com que a produção de anticorpos seja melhor ainda e nos deixe imune por mais tempo. A eficácia da vacina se torna maior, melhor e mais duradoura com a segunda dose", explica o infectologista Gustavo Magalhães.
A epidemiologista Carla Domingues alerta que ainda não sabemos o que pode acontecer com quem recebe só uma dose.
"Ainda poderemos ter casos graves e óbitos nessas pessoas com esquema incompleto? Não sabemos. Por isso é fundamental que municípios recuperem essas pessoas, que chamem todo mundo e que a gente possa garantir o maior número de pessoas vacinadas."
Mesmo fora do prazo é preciso completar a imunização para obter uma boa resposta imune. A vacina não protege só quem se vacina, ela cria uma barreira na comunidade, diminuindo as possibilidades de alguém se infectar.
"Quem deixou de tomar a segunda dose deve ir ao posto de vacinação. Quanto antes, melhor. De forma geral, a segunda dose é importante para alcançar uma melhor proteção. Quanto mais tempo você demorar, de certa forma isso está fragilizando sua proteção", alerta o presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Sáfadi.
Quem só tomou uma dose da vacina corre mais risco de se infectar, em comparação com pessoas que completam o esquema vacinal. Com mais vírus circulando, cresce a chance de surgir novas variantes.
“Se você não tiver completamente vacinado (com duas doses e duas semanas depois da segunda dose), você não está adequadamente protegido, principalmente para as novas variantes”, alerta a infectologista do Hospital Emílio Ribas, Rosana Richtmann.
"Precisamos garantir o maior número de pessoas recebendo as duas doses. Para que a gente possa ter a tão sonhada imunidade de grupo, para poder voltar ao normal, precisamos que, ao menos 70% da população receba as duas doses", completa Carla Domingues.
Quem tomou a CoronaVac deve receber a segunda dose entre 14 e 28 dias.
Já as pessoas que foram imunizadas com a AstraZeneca ou Pfizer devem tomar a segunda dose após três meses.