Mesmo pessoas com sintomas leves podem transmitir a doença e impulsionar a circulação do coronavírus. Apostar na vacina é a principal dica
O aumento de casos de Covid-19 registrado nas últimas semanas levou o Brasil à quarta onda da doença em dois anos de pandemia. Com o coronavírus em maior circulação outra vez, alguns cuidados para evitar a infecção voltaram a ser recomendados por médicos para evitar a ocorrência de casos graves, mortes e sequelas da Covid longa. É importante lembrar que a reinfecção é possível e, mesmo com a vacina, todas as pessoas podem transmitir o vírus.
Na avaliação da infectologista Ana Helena Germoglio, as principais mudanças entre a atual onda e as anteriores estão nas características do vírus, que se tornou menos letal e mais transmissível, e na resposta imunológica dos pacientes.
“A maior parte das pessoas já tem alguma imunidade contra o coronavírus graças às vacinas ou por já ter tido algum quadro infeccioso anteriormente”, explica a médica.
A combinação da vacinação completa – com as três doses do curso primário e o reforço – e o uso adequado da máscara ainda é a maior aliada na prevenção da Covid-19, especialmente para os pacientes imunossuprimidos, que correm maior risco com a infecção do coronavírus por ter uma baixa nas defesas naturais do corpo.
“Sabemos que a a imunidade começa a cair cerca de quatro meses após a imunização. Por isso, o ideal é tomar todas as doses de reforço disponíveis”, afirma Ana Helena.
Voltar a usar a máscara pode ser especialmente difícil para quem se readaptou ao mundo sem elas nos últimos meses. Ainda assim, os itens são uma das principais maneiras de se defender contra a infecção. Os modelos mais indicados são a PFF2/N95, que ajusta atrás da cabeça, e a máscara cirúrgica — mas, na falta de melhores opções, os especialistas apontam que qualquer máscara é melhor que nenhuma, e a de pano também oferece alguma proteção.
De acordo com a infectologista, ao avaliar o ambiente para decidir se é preciso usar ou não o item de proteção, mais importante do que observar se ele é aberto ou fechado é avaliar o risco de acordo com o número de pessoas presentes.
“Estar em um ambiente aberto, mas com muitas pessoas ao seu redor, também gera um risco grande de transmissão”, pondera.
Junto a isso, Ana Helena lembra que a população deve avaliar o risco individual de evoluir para a forma grave da Covid-19, levando em consideração fatores de risco como idade, comorbidades e não ter completado o ciclo completo de vacinação.
Ao sentir os primeiros sintomas – como tosse, coriza, febre e dor de garganta – é recomendado que todas as pessoas façam o teste de antígeno ou PCR para evitar a propagação do vírus. Os autotestes, que são baseados em antígenos, podem ser adquiridos em farmácias e feitos em casa. Os resultados saem em poucos minutos.
Nos casos em que o exame é negativo, mas os sintomas persistem, o teste deve ser repetido em 24 horas.
É importante fazer o exame principalmente para dar início ao isolamento. Sem o diagnóstico, o paciente continua saindo de casa e pode infectar outras pessoas.
“Mesmo com sintomas leves, quanto mais gente infectada persistir circulando e transmitindo a doença, mais se perpetua esse ciclo de transmissão viral”, afirma a infectologista.
O isolamento social de sete dias após o início dos sintomas para casos leves e moderados, quando não se tem febre, continua sendo indicado para evitar o ciclo de transmissão viral. Caso o paciente continue testando positivo no décimo dia, deve esperar mais três dias e repetir o exame.
Ana Helena acredita que, no futuro, quando uma grande parte da população estiver completamente vacinada, o isolamento pode não ser mais necessário.
Veja como fazer o teste em casa: