Daniel Peruzzo Jardim ocupava função no Ministério da Justiça e Segurança Pública; pasta não informou se medida teve relação com agressão. G1 não conseguiu contato com defesa de suspeito
O agente administrativo da Polícia Federal Daniel Peruzzo Jardim, de 44 anos, perdeu um cargo comissionado que ocupava no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). No dia 26 de setembro, ele foi flagrado usando um chinelo para bater no rosto de um adolescente de 13 anos, em um condomínio do Guará II, no Distrito Federal.
A confusão teria começado por conta de uma brincadeira entre crianças. Daniel é pai de um dos envolvidos. As imagens foram registradas por câmeras de segurança.
Questionado pela reportagem, o MJSP não informou se a perda do cargo tem a ver com o caso, nem deu justificativa para a medida. Até a última atualização deste texto, o g1 também não tinha conseguido contato com a defesa do servidor.
A perda do cargo foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (6), datada do dia anterior. A função que ele ocupava previa o pagamento de gratificação de R$ 1.007,96.
De acordo com o advogado da família do menino, Júlio César da Silva Pereira, na noite do ocorrido, um grupo de crianças brincava na garagem do condomínio. Elas teriam escondido o chinelo de uma menina, que foi reclamar com o pai.
"O homem desceu até a garagem e encontrou o par de chinelos ao lado do adolescente, presumindo que teria sido o garoto que escondeu o chinelo da filha. O homem pegou a sandália e agrediu o menino com o calçado. Ele ainda bateu nele chamando o menino de ladrãozinho", conta o advogado.
Daniel foi indiciado pela 4ª Delegacia de Polícia, no Guará II. O caso foi registrado como lesão corporal, injúria e ameaça. De acordo com o boletim de ocorrência, além de "agredir física e verbalmente" o garoto, o agressor também ameaçou a mãe da vítima.
O advogado da família da vítima afirma que vai ingressar com uma representação contra o servidor da PF. "Vou pedir também uma medida protetiva para ele não se aproximar do condomínio nem do menino, e vou entrar com uma ação por danos morais contra o condomínio por omissão", explica o advogado Júlio César.
"O menino não está conseguindo sair de casa, a mãe está pensando em vender o apartamento, depois do ocorrido", diz.