Após testagem em massa em funcionários de indústrias, casos de Covid-19 no município saltam de 385 para 1.415. Prefeito diz que registros podem chegar a 10 mil e não descarta bloqueio total
Prefeitura diz que estrutura só tem capacidade para até 6 mil casos (Foto: Douglas Schinatto)
Após uma testagem em massa em funcionários de sete indústrias, a cidade de Rio Verde, no Sudoeste goiano, registrou mais de mil casos de Covid-19 em um prazo de 24 horas. O boletim divulgado na noite desta segunda-feira (8) traz um total de 1.415 confirmações. Na publicação do dia anterior este número era de 385.
O democrata disse ainda que, pela rede municipal de saúde não consegue atender mais que 6 mil infectados e que irá “pedir ajuda” ao presidente Jair Bolsonaro.
“A cada dez pessoas, pelo menos cinco testaram positivo. Não podemos esperar que as pessoas cheguem até às unidades de saúde, precisamos ir atrás do vírus e assim fazemos. Nossa realidade pode ser a de vários municípios do Brasil e podemos chegar a 10 mil positivos em Rio Verde se não fazermos o isolamento. Neste momento precisamos ficar em casa porque pode ser que amanhã essas pessoas precisem de UTI e a gente não tenha.”
O prefeito concedeu entrevista coletiva online e disse que os números revelados desde sábado, quando os os resultados começaram a sair, são muito preocupantes. Paulo do Vale acredita ainda que o resultado final dos testes pode colocar o município proporcionalmente entre os piores do Brasil em números de casos.
Apesar disso, o chefe do Executivo Municipal explica que quanto maior a testagem, maior o número de casos. De forma indireta, ele falou sobre a política do Ministério da Saúde de ocultar os números totais de contaminados.
Ele armou que a cidade tem capacidade imediata para receber mais de cem respiradores e que vai fazer uma solicitação ao Ministério da Saúde a m de que o presidente auxilie na aparelhagem. Apesar da dificuldade mundial, do Vale disse que “a Europa já possui respiradores ociosos e que poderiam vender ou alugar para o País”.
“Desde o início da pandemia, sempre fomos muito transparentes porque informação é ferramenta poderosa no combate à pandemia. Especialistas acreditam que o número de casos do País pode ser oito vezes maior do que os números que são divulgados.
Partimos para identificar o vírus e estamos seguindo a ciência, o que é preconizado. Estamos trazendo uma situação difícil que temos de enfrentar e a população tem de entender que agora a melhor forma de prevenir é fazer o isolamento”, disse o prefeito.
Novo decreto
Publicado no último sábado (6), o último decreto da cidade suspendeu as atividades do comércio em prestação de serviços, com exceções para atividades apontadas como essenciais.
As medidas começaram a valer na última segunda-feira e a previsão é de que sigam até 21 de junho. O município, no m de abril, chegou a ter 90% das atividades econômicas retomadas.
Agora, com menos de 34% de isolamento, fechou novamente. Também está mantida a obrigatoriedade do uso de máscara para circulação na cidade e nas atividades comerciais, industriais e de prestação de serviços públicos e privados. A multa em caso de descumprimento da regra é de R$ 180, e de R$ 360 para caso de reincidência. “A balança pesou pela vida e preservar a vida é nossa prioridade.
Vamos ficar 14 dias em casa, como se estivéssemos 14 dias em tempestade. Isolamento e aumento de testagem, é assim que vamos obter sucesso. É uma guerra biológica. As pessoas não enxergam, mas temos uma guerra e o sentimento precisa ser coletivo.
Se fosse uma guerra convencional e estivessem caindo bombas, será que alguém caria na rua ou estaria fazendo festa? Essa é uma guerra biológica e as pessoas só enxergam quando perdem um amigo ou familiar.
Peço, mais uma vez, vamos guardar o isolamento. Este é um momento de ficar em casa", completou o prefeito. Ele finalizou dizendo que à prefeitura recebeu denúncias de que pessoas que testaram positivo não estariam cumprindo o isolamento social e que os casos serão repassados para o Ministério Público.
Fonte: O Popular