Clícia Balbino
Nascida em Ituiutaba (MG) e criada em Caldas Novas, a servidora do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Jéssica Reis Moura, de 33 anos, encontrou na trajetória de luta da mãe, Roberta dos Reis Silva, que sustentou a família como sacoleira, uma motivação para buscar uma vida diferente por meio da educação. Após sete anos de atuação e 24 provas em tribunais, no último dia 7 de novembro, ela foi aprovada para o cargo de juíza no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
O sonho pela magistratura nasceu durante a graduação, quando Jéssica estagiava no Fórum de Caldas Novas, na 1ª Vara Cível e da Infância e Juventude. Após concluir o curso de Direito e ser aprovada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Jéssica atuou por três anos como advogada, inclusive na defensoria dativa, antes de se dedicar integralmente aos concursos.
Provas e estudos em primeiro lugar
Ao longo da jornada, Jéssica se inscreveu em concursos de Norte a Sul do país, de Pará e Alagoas a Santa Catarina e São Paulo, acumulando uma trajetória de 7 anos, 2 meses e 6 dias de dedicação. “É uma jornada muito solitária. Seu amigo te chama para ir a um aniversário, tem um casamento de uma pessoa da família, tem seu próprio aniversário… e você tem que dizer não. Eu já passei fazendo prova no meu aniversário dois ou três anos seguidos”, compartilha.
A força também veio da lembrança de entes queridos que partiram durante a pandemia, como a irmã Fernanda e o sogro Jorge, que sempre a incentivaram.
Agora, com a posse no TJPE, Jéssica vê o ciclo de sacrifício e persistência finalmente se transformar em conquista. “Minha mãe abriu mão de toda a vida dela, carregando sacola para um lado e para o outro, para que eu pudesse estudar e chegar onde eu cheguei”, relata.