Em situação de calamidade, município atingiu a marca de 301 óbitos confirmados nesta quarta (26/01)
A ocupação das vagas de unidades de terapia intensiva (UTIs) para pacientes com coronavírus na rede estadual de Goiás está acima de 80% desde o dia 13 de janeiro de 2022. Já são duas semanas com esse nível crítico de lotação.
O número de leitos de UTI destinados para pessoas com Covid-19 passou de 147 para 197 nessas últimas duas semanas. No entanto, mesmo com esse aumento, a ocupação das vagas continuou alta.
Isso porque a quantidade de pessoas internadas também aumentou. Em 13 de janeiro eram 121 pacientes e na quarta-feira (26/1) chegou-se a ter 160 hospitalizados.
O dia com maior ocupação das UTIs para coronavírus em Goiás neste ano foi em 20 de janeiro, quando se chegou à porcentagem de 90%. A última vez que isso aconteceu foi em 12 de junho de 2021, há mais de seis meses.
Em situação de calamidade, o Hospital Estadual de Formosa, apresenta o quadro de 95% de ocupação de Leitos de UTI's. Segundo os dados divulgados no último boletim epidemiológico na tarde de quarta-feira (26/01), o município atingiu a marca de 301 óbitos confirmados. Com 250 novos casos confirmados.
Devido a alta ocupação, em caso de internação por Covid-19 o paciente será removido para o Hospital de Luziânia-GO.
Uma nota técnica do Observatório Covid-19 Fiocruz divulgada na quarta, mostra Goiás em estado crítico, em relação aos indicadores de leitos de UTI para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Goiás está dentro da zona de alerta crítico desde o boletim do dia 17 de janeiro, segundo a Fiocruz. Ainda de acordo com o relatório, os outros estados na zona de alerta crítico atualmente são Pernambuco (81%), Espírito Santo (80%), Piauí (82%), Rio Grande do Norte (83%), Mato Grosso do Sul (80%) e Distrito Federal (98%).
A vacina e a letalidade da variante Ômicron, predominante em Goiás e no Brasil, colaboram para uma porcentagem bem inferior de casos que necessitam de internação de UTI. No entanto, como essa cepa é bem mais transmissível, o número de pessoas que precisam do sistema de saúde é muito alto.
A primeira morte pela nova variante no Brasil, inclusive, ocorreu em Goiás no dia 27 de dezembro de 2021 e foi confirmada oficialmente no dia 6 de janeiro de 2022.
Segundo informações da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, a vítima da doença foi um homem de 68 anos, portador de doença pulmonar obstrutiva crônica e hipertensão arterial. Ele estava internado em unidade hospitalar. O paciente era contactante de um caso que a pasta já havia confirmado como infecção pela variante. O homem estava vacinado com três doses.
Mesmo com a ocupação alta de UTI, o número de pessoas internadas em Goiás é bem menor que o registrado no ápice da pandemia em 2021, quando quase 600 pessoas com Covid-19 em estado grave chegaram a ficar internadas na rede estadual de saúde.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SESGO) informou ao Metrópoles que mantém monitoramento constante dos casos e internações por Covid-19. O órgão confirma o número de contaminados é grande e crescente, o que impacta proporcionalmente no número de internações.
Segundo a SESGO, a estratégia tem sido manter o nível de ocupação em torno de 85%, transferindo leitos gerais para Covid-19 em blocos de dez e em alas dedicadas e isoladas.
Na última segunda-feira (24/1), por exemplo, foram abertos dez leitos de UTI adulto no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia. Também foi realizada a abertura de mais 20 leitos em Itumbiara e está sendo preparado, para os próximos dias, mais 20 em Uruaçu.
A SESGO informou que também prepara a abertura de mais dez leitos de UTI no Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano, em Uruaçu.
Em nota, o órgão defendeu que a solução não é aumentar o número de vagas, mas reduzir os casos graves por meio da vacinação e prevenção. A imunização até agora já resultou na queda de casos graves e mortes.
O órgão ainda sugeriu novas estratégias, como a exigência de comprovante vacinal para acesso a alguns locais, em vez da restrição por quantidade de pessoas.