Após a polêmica do "Especial de Natal: A Primeira Tentação de Cristo", do grupo Porta dos Fundos, resolvi assistir e avaliar se havia gravidade real ou mero humor "ácido".
Resumo: Jesus é gay e tem relações sexuais com Lúcifer. Maria vive num triângulo sexual com Deus e José. No fim, Deus diz a Jesus que ele poderá ter 12 seguidores (homens e mulheres). Mas Jesus diz que já tem seus 12 homens preferidos, e “já os conhece bem”, sugerindo que tem ou deseja ter relações sexuais com eles.
Não foi só um "ataque ao cristianismo". Ataques do pensamento ateísta, cético e crítico existem há séculos. O que aconteceu ali não foi crítico, nem mesmo num sentido que "um religioso que odeie o Cristianismo” faria. Não foi algo com a intenção de dizer "essa crença é errada, inverídica ou maligna", foi puramente INSULTANTE E ULTRAJANTE. Foi mero DEBOCHE e ESCÁRNIO.
Isso é exatamente o que distingue o curta de outros tipos de ataques – que criticam a historicidade, a veracidade, até mesmo a perspectiva moral de uma outra religião sobre o cristianismo. Por exemplo, a obra de Anton Lavey (autor de A Bíblia Satânica) retrata Jesus como pregador de uma moral ruim o faz dos cristãos 'ovelhas manipuladas'.
Essas críticas, volto a dizer, existem há séculos, e há décadas são feitas também com uso de humor ou ironia como método argumentativo. O que aconteceu ali NÃO FOI isso. Ali houve unicamente o "ANIMUS VILIPENDI", a mera "intenção de desrespeitar". E isso é muito sério.
Em certo momento, atacaram também a religião Rastafari (chamada por alguns ‘orgulho da raça negra’) ilustrando Jah como um usuário de drogas que vive alucinado e falando bobagens. E Buda como um tolo e alienado que recorre à verborragia para disfarçar a ignorância sobre qualquer tipo de assunto.