"A quadrilha acabou errando o cofre e não levando nenhum valor da agência bancária", disse Barbalho
A quadrilha de assaltantes que aterrorizou o município de Cametá (PA) na noite da última terça-feira (1º), durante um assalto a uma agência do Banco do Brasil, “errou de cofre” e fugiu sem levar nenhum dinheiro, disse o governador do Pará, Helder Barbalho, em entrevista à GloboNews.
“A quadrilha acabou errando o cofre e não levando nenhum valor da agência bancária”, disse Barbalho, que visitou o município. Segundo ele, órgãos de segurança pública e de inteligência do estado estão em estado de alerta para novos assaltos na região, uma vez que os bandidos estariam sem dinheiro para a fuga.
“Estamos alertando os municípios e estados vizinhos porque uma operação como essa despende um recurso muito alto por parte da quadrilha. No momento em que eles não lograram êxito, o risco de buscarem fazer novos eventos é real. Por isso, todos devem estar atentos, e os organismos de segurança pública do estado do Pará estão em alerta”, disse o governador.
A ação envolveu mais de 20 criminosos armados com armas de grosso calibre e deixou um refém morto e um morador baleado na perna, sem gravidade. Também espalhou pânico entre os moradores da cidade de pouco mais de 140 mil habitantes, um dia após crime semelhante em Criciúma (SC).
De acordo com Barbalho, as imagens de câmeras de segurança da agência bancária e de outros comércios no município podem ajudar a esclarecer o crime. Os depoimentos dos reféns já ajudaram a identificar que há pessoas de outros estados entre os criminosos.
Em nota, a Segup (Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará) confirmou a informação dada pelo governador. Segundo a pasta, nas investigações constatou-se que os membros da quadrilha possuem sotaque nordestino, o que levanta a suspeita de serem de fora do estado.
Imagens de câmeras de segurança também serão analisadas no percurso feito pela quadrilha entre o centro de Cametá e a rodovia BR-422, no município vizinho de Baião.
Os dois veículos usados no crime foram identificados e devem passar por perícia em busca de impressões digitais, segundo informações da Segup. Um deles era uma picape que teria sido usada no transporte de criminosos e reféns e que foi encontrada abandonada, com explosivos, no km 40 da BR-422, em Cametá. Cerca de 40 km à frente, um outro veículo, também com explosivos, foi encontrado dentro do rio Itaperuçu, no município de Baião, segundo a secretaria.
Ainda na madrugada desta quarta (2), o governo do estado enviou policiais de grupos de elite das polícias Militar e Civil e do Núcleo de Inteligência para reforçar a segurança na região. A cidade também recebeu o suporte de dois helicópteros e uma embarcação, já que é circundada pelo rio Tocantins e a polícia suspeita que os criminosos tenham fugido pelos rios.
Em nota, o Banco do Brasil informou que não há registro de funcionários feridos e que o banco colabora com as investigações policiais para solucionar o caso.