Para juíza Luciana da Silveira, investigação tem elementos suficientes que apontam para a prática de crimes. Ela negou o pedido de revogação da prisão preventiva, que foi mantida
O fazendeiro Elmi caetano Evangelista, 74 anos, acusado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) de ter ajudado na fuga de Lázaro Barbosa, 32 anos, virou réu na ação penal proposta pelo órgão. Na noite desta terça-feira (6/7), a juíza Luciana Oliveira de Almeida Maia da Silveira, do Tribunal de Justiça de Goiás, da Comarca de Cocalzinho, considerou que há elementos suficientes da prática de crimes.
"Não há dúvidas de que os elementos que compõem o procedimento investigatório são suficientes para a instauração do processo penal, já que indicam, prima facie, a ocorrência de crime", escreveu a juíza na decisão.
Agora, a defesa de Elmi Caetano tem dez dias para contestar a decisão que acolheu a denúncia. Enquanto isso, a juíza manteve a prisão preventiva do fazendeiro. "Não sobreveio mudança nas circunstâncias fáticas capaz de alterar o entendimento deste Juízo", justificou.
Ainda nesta terça (6/7), o desembargador Ivo Favoro negou o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do agora réu. Procurada, a defesa de Elmi Santana afirmou que não iria se pronunciar sobre o assunto. No entanto, o advogado Abel Cunha alegou que o laudo pericial nas armas de Elmi teria indicado que se tratavam de armas de pressão, e que, portanto, não efetuariam disparos. Ele não apresentou o documento.
Quanto ao caseiro Alain Reis de Santana, que trabalhava para Elmi e que também chegou a ser preso e investigado no âmbito da ação penal, a juíza decidiu arquivar a investigação e apontou "falta de indícios mínimos de autoria e materialidade". Ele ficou preso por apenas um dia e depois foi liberado porque não ficou comprovado o envolvimento nos crimes.
Elmi Caetano foi preso na tarde de 24 de junho por porte ilegal de arma de fogo, já que foram encontrados na chácara duas espingardas e 49 munições. Ele também responde por favorecimento pessoal, já que o caseiro relatou em depoimento à polícia que Lázaro foi acobertado por Elmi por pelo menos cinco dias.
Além disso, o inquérito policial apontou que Elmi dificultou o trabalho da polícia e impediu a entrada de policiais na propriedade. Ele foi detido depois de desobedecer uma ordem de parada dada por policiais penais, e foi perseguido pelos agentes até ser interceptado.
Lázaro Barbosa foi encontrado em uma área de mata no bairro Itamaracá, em Águas Lindas de Goiás três dias depois. Na troca de tiros com policiais da força-tarefa montada para capturá-lo, ele foi morto após 20 dias de buscas.
O homem é apontado como o autor do assassinato de quatro pessoas da família Vidal em Ceilândia Norte, no dia 9 de junho. Desde então, estava foragido e se escondeu nos distritos de Edilândia e de Girassol, que pertencem a Cocalzinho. Nesse período, invadiu chácaras, fez pessoas reféns e trocou tiros com a polícia.