Fingindo ser funcionários de banco, integrantes do grupo aplicavam o conhecido "golpe do motoboy" e iam até a casa das vítimas para recolher o cartão.
À Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu dois homens e apreendeu 30 máquinas de cartão utilizadas para a prática de lavagem de dinheiro em dois hotéis da capital — um em Águas Claras e o outro na Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) —, durante uma operação deflagrada na tarde desta quinta-feira (12/1). A ação desarticulou uma associação criminosa, em que os integrantes se passavam por funcionários de banco para aplicar golpes, principalmente em idosos.
De acordo com as investigações conduzidas pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), somente nesta quinta-feira (6/1), o grupo fez três vítimas, uma idosa na Asa Sul, um homem no Riacho Fundo e outro no Lago Sul.
Ainda hoje, os criminosos tentaram aplicar o golpe em um idoso morador do Lago Sul, mas sem sucesso.
Os estelionatários se dividiam em núcleos e agiam em funções diferentes para conseguir êxito na aplicação dos golpes. Um deles era responsável por fazer a ligação para as vítimas e captar os dados bancários. Nesse caso, era criada uma espécie de “central”, onde o criminoso, se passando por funcionário de banco, avisava que o cartão da vítima havia sido clonado e seria necessário o repasse dos dados. Em seguida, era solicitado o endereço da vítima, para que um “motoboy” buscasse o cartão, no objetivo de “resolver o problema”.
Se passando por motoboy do banco e com o endereço das vítimas em mãos, o segundo integrante do grupo saía em uma moto para buscar o cartão. Segundo a Polícia Civil, o grupo age no DF há, pelo menos, nove meses, e o prejuízo das vítimas chega a cerca de R$ 100 mil. Contudo, o valor pode aumentar. Os investigadores acreditam haver outras vítimas que ainda não registraram ocorrência.
O terceiro envolvido nos golpes ficava encarregado de fazer as transferências. Ele passava os cartões das vítimas em máquinas de terceiros, como se uma venda tivesse sido efetuada, sacava o dinheiro e o transferia posteriormente.
Os dois criminosos presos nesta quinta-feira foram autuados por associação criminosa e por estelionato e também podem responder por lavagem de dinheiro. Com a dupla, os policiais encontraram, além das máquinas, seis cartões de vítimas. “O crime de estelionato é um dos mais registrados na região do Lago Sul, e com o resultado da operação de hoje a expectativa é que os registros diminuam”, afirmou o delegado à frente do caso, Tiago Carvalho.
A PCDF divulgou a foto dos acusados, pois acredita que os mesmos tenham feito outras vítimas. As denúncias podem ser feitas pelo número 197, da Polícia Civil. O sigilo é garantido.