Diogo Fernandes, de 34 anos, partiu de Goiânia no dia 30 de novembro e não voltou mais
Na tarde do último sábado, dia 12 de dezembro, o irmão do administrador de empresas Diogo Fernandes Andropolo, de 34 anos, recebeu uma ligação que mudaria para sempre sua vida e de sua família. Era o consulado brasileiro ao telefone, com a informação de que Diogo havia morrido em uma cidade do México na fronteira com os Estados Unidos (EUA). O jovem, natural de São Luís de Montes Belos, em Goiás, partiu de Goiânia no final de novembro deste ano disposto a atravessar a fronteira México-EUA ilegalmente, onde acabou vindo a óbito após uma queda de altura.
Ir para os EUA e construir a vida lá era o sonho de Diogo. Ao Mais Goiás, uma familiar de rapaz, que não quis se identificar, relata que ele tentou ir de forma regular, sem sucesso. “Ele queria ir certinho, mas o visto dele foi negado três vezes”, conta.
No dia 30 de novembro, então, Diogo, que havia voltado de Goiânia para São Luís de Montes Belos há cerca de um ano, saiu do Brasil e foi para Cancún, no México. Era lá que começaria sua viagem clandestina rumo aos Estados Unidos.
Ainda segundo a mulher, Diogo ficou apenas um dia no hotel em Cancún. “Depois disso ele foi para o local combinado onde ele tinha que ficar com outros brasileiros, esperando o momento da travessia”, relata. Na noite de 7 de dezembro, o rapaz ligou para sua noiva e contou que já estava esperando o coiote – indivíduo que faz o transporte clandestino de brasileiro do México para os EUA.
A travessia seria toda feita pela Ciudad Juárez, próxima à fronteira México-EUA. No entanto, Diogo nunca conseguiu chegar. De acordo com sua familiar, uma ligação do consulado brasileiro no último sábado informou à família de Diogo, sem muitos detalhes, que ele havia morrido após sofrer uma queda em Ciudad Juárez. “A única coisa que eles falaram foi que ele caiu, quebrou bacia e sofreu traumatismo craniano. Eles não deram detalhe nenhum”, conta a mulher.
Ao Mais Goiás, a familiar de Diogo conta que a família, extremamente abalada, já providencia a documentação necessária para o translado do corpo, o que ainda não tem data definida para ocorrer.
Formada em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Diogo é descrito pelos familiares como uma “pessoa do coração gigante, um anjo”. Pelas redes sociais, a noiva de Diogo publicou uma desabafo nas redes sociais.
“Quem conviveu com a gente sabe quanto ele e eu éramos unidos. Eu estou sem chão, eu perdi meu norte”, diz, em prantos.
Segundo a familiar que falou à reportagem, os pais de Diogo estão inconsoláveis após perderem o filho numa tragédia ainda sem explicações. “Ele sonhava com isso [ir para os EUA]. Foi atrás desse sonho e morreu por ele”, conclui.
A reportagem do Mais Goiás entrou em contato, por e-mail, com o Portal Consular do Itamaraty e aguarda um retorno sobre o caso.