Investigação começou após o FBI encontrar mensagens trocadas entre eles em redes sociais. Policiais apreenderam facas e armas durante cumprimento de mandados de busca nas casas dos menores.
Três adolescentes de 17 anos foram apreendidos pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (2), suspeitos de planejar ataque a uma escola em Montividiu, no sudoeste do estado. A investigação começou após a Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI) encontrar mensagens trocadas entre os menores em redes sociais.
Os nomes dos adolescentes não foram divulgados. Por isso, o G1 não localizou as defesas deles para se manifestarem.
A polícia apreendeu facas e armas de fogo de alto calibre durante cumprimento de mandados de busca e apreensão nas casas dos adolescentes. Segundo o delegado Adelson Candeo, eles podem ser responsabilizados de acordo com o que foi encontrado nas residências, como posse ilegal de arma de fogo.
"Não existe informação sobre ligação a grupos terroristas, racistas ou nazistas durante a investigação. Em algumas mensagens, eles falam que estavam esperando as escolas reabrirem para executar o plano, que estão fechadas por causa da pandemia", explica o delegado.
Até as 12h20 desta quarta-feira, um adolescente foi ouvido pela polícia, que marcou os depoimentos em horários diferentes devido à necessidade de acompanhamento dos pais.
Segundo o delegado, o menino que já foi ouvido confirma que conversou com os outros suspeitos pelas redes sociais, mas que não teria coragem de executar o ataque. O pai dele disse na delegacia que o filho está em depressão e toma remédios.
A investigação continua com o objetivo de identificar se há mais envolvidos e as responsabilidades de cada um deles e dos pais. Inicialmente, o delegado explicou que a intenção era evitar que o ataque acontecesse.
As investigações começaram através do compartilhamento de informações pela Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI), que identificou os adolescentes e parte das mensagens trocadas por eles em redes sociais. Em seguida, a polícia goiana deu continuidade ao caso para identificar e localizar os envolvidos.
Nas conversas, segundo o delegado, foi possível identificar o plano e até mesmo a divisão de tarefas que haveria entre os integrantes.
Um adolescente de 16 anos foi apreendido em Goiânia, em 27 de maio, suspeito de planejar um atentado a uma escola e apoiar ações nazistas. A apreensão, neste caso, se deu por prática de ato infracional análogo ao crime de racismo.
A titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Marcella Orçai, disse que o adolescente admitiu ser racista e que admira a doutrina nazista. No celular dele, segundo a delegada, foram encontrados inúmeros indícios de participação em grupos que planejam massacres a escolas.
A investigação descobriu que o adolescente usava vários perfis falsos para manter conversas com pessoas de outros estados, onde falavam em atacar escolas.