Fraude descoberta em julho aponta para desvios de R$ 500 milhões
A empresa GT1 Tecnologia, cujos funcionários foram envolvidos em uma série de fraudes no Instituto de Assistência do Servidor Público de Goiás (Ipasgo), prorrogou o contrato com o órgão por um ano. A prestação de serviços foi prolongada para 4 de agosto de 2020, ou até que se conclua o prazo de licitação para desempenhar a mesma função.
A prorrogação foi confirmada no Diário Oficial do Estado de Goiás desta quarta-feira (7). Será pago à GT1 o valor de R$ 17 milhões. Em contrapartida, a empresa continua a prestar serviços de “tecnologia da informação e comunicação (TIC) e apoio administrativo”.
As fraudes foram descobertas pela Operação Morfina, da Polícia Civil (PC). Pelo menos 16 clínicas e médicos, além de 130 mil usuários foram credenciados de forma indevida nos últimos sete anos pelo Ipasgo. A fraude existiria desde 2011 e teria gerado um prejuízo de pelo menos R$ 500 milhões aos cofres do estado.
O delegado responsável pela Operação Morfina, Rhaniel Almeida, afirmou que a empresa não é investigada por enquanto. “Com que temos de informações até o momento, não é possível afirmar que a empresa GT1 está envolvida nas fraudes. Apenas os funcionários são investigados”, confirmou o delegado.
Por telefone, a assessoria de imprensa do Ipasgo informou que os funcionários envolvidos na fraude foram afastados até que as investigações terminem. E que um processo de licitação está em processo de elaboração e, assim, a prorrogação foi necessária para evitar a interrupção dos serviços.
Confira a nota do Instituto, na íntegra:
O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) informa que o contrato com a empresa Hominus Gestão e Tecnologia LTDA, foi prorrogado, em caráter temporário, pelo prazo máximo de 12 meses. O aditivo está condicionado à conclusão de novo certame licitatório, que no momento se encontra em fase de desenvolvimento pelo órgão.
A prorrogação do contrato foi autorizada legalmente para evitar a paralisação das atividades do Ipasgo, causando prejuízos aos mais 625 mil usuários do plano. O objeto do contrato, que se encerraria no dia 9 de agosto, é a contratação de mão de obra para a prestação de serviços em tecnologia e comunicação e apoio administrativo para todas as unidades do Ipasgo.
É importante esclarecer que, até o momento, a empresa Hominus Gestão e Tecnologia não é alvo de nenhum tipo de investigação dentro da Operação Morfina. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), as investigações ainda não se recaíram sobre a empresa, mas sim sobre funcionários que prestavam serviço e que foram afastados pela mesma.
O Ipasgo apoia incondicionalmente o andamento da Operação Morfina, da Polícia Civil do Estado de Goiás, que desarticulou um esquema criminoso que ocorria no órgão desde o ano de 2011. Os primeiros indícios de fraudes e desvios apareceram em auditoria promovida pelo Ipasgo, cujos dados foram reportados à Controladoria Geral do Estado.
A nova gestão vem tomando as medidas cabíveis para a devida averiguação e responsabilização por eventuais crimes cometidos. O Ipasgo informa que espera que todos os fatos relativos a tais denúncias sejam adequadamente apurados e os responsáveis sejam devidamente punidos. As apurações policiais ainda estão em andamento. Por isso, o Ipasgo informa que medidas administrativas em relação às irregularidades somente poderão ser tomadas após o fim das investigações, bem como o ressarcimento do erário.
Informações: Mais Goiás