Fernanda Farnese ganhou R$ 50 mil. Segundo especialista, tecnologia deve tornar a planta mais tolerante à estiagem e permitir que ela produza mais.
Pesquisadora ganha prêmio da Unesco por descobrir substância que torna a soja mais resistente à seca, em Rio Verde — Foto: TV Anhanguera/Reprodução
A pesquisadora Fernanda Farnese ganhou um prêmio de R$ 50 mil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por identificar uma substância que pode deixar a soja mais resistente no período da seca. A pesquisa é desenvolvida no campus do Instituto Federal Goiano (IFG) de Rio Verde, na região sudoeste de Goiás.
“Foi até difícil de acreditar no início. Foi uma das maiores emoções da minha carreira", comemora a pesquisadora.
A substância se trata do óxido nítrico, um gás natural que pode ser aplicado diretamente na planta. Segundo a pesquisadora, a substância deixa a soja mais resistente às altas temperaturas e à falta de chuva.
“Nós estamos testando uma tecnologia que torna a planta mais tolerante à seca e permite que ela produza mais, mesmo em condição de seca. Isso é importantíssimo, porque aumenta a produtividade e diminui a dependência dos recursos hídricos”, diz Fernanda Farnese.
A pesquisadora foi premiada no programa “Ciência Para Mulheres”, na categoria “Ciências da Vida”, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Com o prêmio, Fernanda vai investir na compra de reagentes e equipamentos para o laboratório concluir a pesquisa, que é realizada há dois anos.
"De forma inicial, estamos fazendo a testagem na soja, mas, futuramente, a ideia é testar em outras culturas, algo muito positivo para o agronegócio", diz a pesquisadora.
A pesquisadora afirma que o projeto está na fase experimental, com testes feitos em laboratório. “Acredito que será uma tecnologia que não vai demorar muito para chegar até o agricultor", espera Fernanda.
Fernanda explica que o uso da substância, se comprovada a eficácia, será fundamental para manter a produção das lavouras devido aos estudos que indicam frequentes e intensos períodos de estiagem. "A partir dessa pesquisa, queremos diminuir o impacto da seca nas plantas", conclui.