O jovem Adailson Moura, 18 anos, foi aprovado no curso de Medicina da UFPA (Universidade Federal do Pará) e está um passo mais próximo do seu sonho de ser médico. Embora tenha subido mais um degrau até o objetivo, o rapaz teve que superar dificuldades, como ajudar seu pai em serviços de pedreiro durante a pandemia.
As necessidades financeiras que milhões de famílias têm vivido desde a chegada do novo coronavírus no Brasil também atingiu a casa de Adailson, em Belém (PA). Além do pai, a mãe do jovem oferecia serviços de costura, mas os pedidos caíram.
Para contornar os problemas, Adailson e seus irmãos colocaram literalmente a mão na massa e foram ajudar o pai. Mas para o jovem que sonhava com a vaga no curso de medicina da UFPA, as horas nas obras significavam menos horas de estudo.
“Fazíamos isso, porque era dali que nosso material ou qualquer meio tecnológico poderia ser adquirido para colaborar com os nossos estudos”, contou Adailson em entrevista ao Guia do Estudante.
A pandemia do novo coronavírus, além de atingir o lado financeiro, trouxe uma nova realidade para estudantes com o ensino remoto.
Sem ter um lugar específico para se dedicar aos estudos em casa, Adailson sofreu com a adaptação de ter suas aulas fora da escola.
Justamente no ano que faria o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) pra valer, Adailson precisou driblar uma série de dificuldades para conquistar a tão sonhada vaga. Para alcançar seu objetivo, o jovem não se esqueceu de agradecer a família, que o apoiou o tempo todo.
“Enfrentar um exame ou qualquer concurso é algo cansativo. Não só fisicamente, mas também mentalmente, então, sem a ajuda deles seria muito mais difícil.”
Estudante do ensino público, Adailson foi inspirado por um professor de biologia a se tornar médico. De acordo com o jovem, o docente conseguiu transmitir toda a beleza do corpo humano para seus alunos durante as aulas.
Agora estudante da UFPA, Adailson acredita que pode acrescentar à sociedade. Ele entende os desafios de ser médico e todas as dificuldades que milhões de brasileiros passam para ter acesso à rede de hospitais e postos públicos.
“Em certo lugares, [a saúde] é muito negligenciada, nem todos têm acesso a um exame ou uma simples consulta. O mínimo que eu fizer para essas pessoas, além de ser algo gratificante na minha vida, ajudará de forma absurda uma família que está sofrendo.”
Apesar de tão jovem, Adailson já parece entender a verdadeira missão de um médico. Que este garoto paraense tenha sucesso em sua carreira e seja capaz de salvar muitas vidas! 💪🙏