Antônio Carlos vivia em Juazeiro do Norte, no Ceará, quando com 6 anos, após presenciar o padrasto batendo na mãe, saiu correndo e se escondeu em um ônibus na rodoviária da cidade. Ele adormeceu e acabou indo parar na capital Fortaleza. Lá, Antônio morou nas ruas e em abrigos até ser adotado por um ex-frei alemão.
As únicas lembranças que o menino tinha eram o nome da mãe, do tio e dos três irmãos. Foi então, que 27 anos depois, aos 32 anos, Antônio resolveu fazer vários panfletos com as informações que sabia e distribuir por Juazeiro.
Nessa última terça-feira (24), ele recebeu uma ligação. Era Clécio, seu irmão mais novo, que o conhecia apenas por histórias, já que havia nascido depois do desaparecimento. Antônio Carlos descobriu que, infelizmente, a mãe tinha falecido vítima de um câncer há 3 anos.
Mas o final dessa história não é triste, Antônio, que é casado e pai de uma menina, já está em contato e marcando o reencontro com os irmãos, a avó e toda a família biológica. “Em um ano de pandemia, de tantas tragédias, um milagre”, foi assim que Carlos classificou toda a trajetória.