A esposa de Erivaldo, Maria, não resistiu a um câncer no intestino e, infelizmente faleceu
Erivaldo Aparecido da Silva, 38 anos, trabalhador, viúvo. Pai-herói por criar os dois filhos sozinho? O motorista parceiro da 99 dispensa o rótulo. “Se fomos homens para fazer, temos que ser homens para assumir.”
A esposa de Erivaldo, Maria, não resistiu a um câncer no intestino e, infelizmente, faleceu em dezembro de 2019. Foi tudo muito rápido. Maria começou a sentir fortes dores na barriga em setembro daquele ano. Três meses depois, foi entubada e levada para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Erivaldo não arredou o pé do hospital, em São Paulo, na esperança de ter qualquer sinal de melhora no quadro de Maria, que insistia para que ele voltasse para casa para ficar com os dois filhos do casal.
“Ela não queria morrer na frente de ninguém. Quando assinei a internação, ela me mandou embora de novo. Dizia, ‘vai embora cuidar dos meninos’”, conta.
Erivaldo deixou o hospital às 0h40. Às 3h, recebeu um telefonema, pedindo que retornasse com urgência. Foi quando recebeu a triste notícia do falecimento da esposa: nas palavras dele, uma excelente mãe e uma excelente mulher. O tempo passa, mas a saudade fica… 😥
“Ela me ajudava em tudo, por mais que tivéssemos as nossas diferenças. Uma pessoa de quem sinto muita falta. O que eu guardo agora são os momentos bons que nós tivemos”, diz Erivaldo.
“É algo que todos sabemos que vamos passar. Mas, na verdade, ninguém aceita. Às vezes, a gente prefere ver a pessoa sofrendo, em vez de deixá-la descansar, né? Eu creio que ela descansou e estava em paz. Deus sabe de todas as coisas. O que a gente pede é força para continuar e não desistir.”
Quem diz isso é o próprio Erivaldo. Conciliar a rotina do trabalho com a criação dos meninos não é das tarefas mais fáceis, porém, Pedro, de 6 anos, e Cleriston, de 15, dão forças para o pai continuar. É por eles e para eles que Erivaldo vai à luta todos os dias.
“Fácil não é. Cuidar da casa, trabalhar, é complicado. Ainda mais no mundo em que vivemos hoje. Mas, minha força são eles, né? A gente vai se virando daqui, dali e segue em frente”, diz Erivaldo, um homem de fé. “Deus me deu um discernimento maravilhoso das coisas.”
Erivaldo não poderia ser mais perfeito (ok, ele não se acha O Cara, mas, confesso, virei fã!) quando perguntado sobre os valores que busca ensinar aos filhos: “Não se achar melhor do que o outro. Respeitar as pessoas independentemente de cor, raça, orientação sexual, religião. Procuro passar isso a eles”.
Talvez, eu não seja seu único admirador agora, né? 😍
A gente está cansado de ouvir – em muitos casos, sentir na própria pele as dores da ausência paterna – histórias de pais que não participam ativamente da criação dos filhos ou, simplesmente, os abandonam. Tanto aqueles que possuem uma união estável com a mãe da criança, e talvez, principalmente, pais divorciados. Com o Erivaldo, é diferente – oh se é!
“O pai é tão fundamental quanto a mãe. É assim que eu penso e enxergo. Pai tem a mesma responsabilidade que a mãe. Filho, pra mim, é muito importante. O cara que abandona o filho não é pai de verdade”, afirma.
“Procuro estar sempre perto. Ainda mais agora que eles não têm a mãe. Com o pequeno, é bem delicado. Às vezes, ele chega e fala, ‘pai, quando a mãe vai voltar?’. Por mais que ele seja bastante apegado a mim. Ele tem só 6 anos, mas já é uma criança muito inteligente. Pergunta quando vou estar de folga para brincar com ele.”
O trabalho com a 99, que lançou o Guia da Comunidade para promover a empatia entre os usuários e tornar as viagens mais seguras, permite a Erivaldo ser o pai presente que ele sempre foi. Em outros empregos, isso não seria possível. Uma necessidade que já fez Erivaldo recusar outras ofertas de trabalho com horários menos flexíveis.
“Ajuda muito nessa parte, além de ter uma renda. E vou ser sincero, acho que deveria ter começado antes. Já tive outras oportunidades de trabalho, mas neguei. Pra mim, tanto no lado financeiro, quanto no lado da família, ajuda bastante. Veio para ajudar muita gente, né? Não só eu, mas milhares de pessoas”, concluiu.
Para fechar, só mesmo desejar que o exemplo de Erivaldo alcance outros pais. Vire e mexe falamos sobre o poder do exemplo, né? No Dia dos Pais e em todos os outros dias do ano, Erivaldo é e sempre será um dos maiores que passaram por aqui! 💛