Valor dos reagentes é de apenas R$ 3 por exame. Resultado fica pronto em cerca de 40 minutos
A Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu um teste rápido e mais barato para detectar a varíola dos macacos. Com ele, é possível identificar a doença ainda no começo.
O teste não exige equipamentos sofisticados e usa aparelhos comuns de um laboratório. Os materiais necessários para o desenvolvimento da pesquisa são totalmente nacionais. Com isso, o valor dos reagentes é de apenas R$ 3 por exame.
O teste foi desenvolvido no Instituto de Química. Para detectar o DNA do vírus da varíola dos macacos foram usados cinco reagentes. Depois de 40 minutos de aquecimento a 62°C, sai o resultado.
Se a cor do líquido no tubo ficar vermelha, o resultado é negativo para a doença. Se ficar amarelo, é positivo. A técnica utilizada já existe, mas foi adaptada para identificar o vírus monkeypox.
“[O teste] é mais simples, a interpretação dos resultados é mais fácil, a leitura dos resultados é baseada na cor”, disse a pesquisadora Gabriela Duarte.
Os pesquisadores decidiram desenvolver o teste após o grande aumento no número de casos da varíola dos macacos. Com isso, era necessária uma maior rapidez nos resultados. Poucos laboratórios no país são capazes de fazer a identificação da doença. Alguns dos resultados demoram até 15 dias para ficarem prontos.
“É muito importante que o resultado seja rápido para que esse paciente seja isolado rapidamente para conter a disseminação do vírus”, disse Duarte.
Agora, os pesquisadores farão a última etapa do projeto, que aplicar a técnica em um número maior de amostras.
“Estamos no início do aumento de casos e estamos nos deparando com um cenário em que há falta de testes ou o tempo para se realizar os testes é demorado. Então, uma técnica alternativa ao padrão ouro, que é o PCR, mais simples, mas rápido, mais barato, pode corroborar para tornar o teste mais acessível à população”, disse o pesquisador Paulo Felipe Estrela.