A pesquisadora Ester Sabino coordena a pesquisa que realizou o sequenciamento do genoma do coronavírus no Brasil em 48 horas. (Foto: USP Imagens)
Em apenas dois dias, pesquisadores brasileiros conseguiram fazer o sequenciamento do genoma do coronavírus encontrado no primeiro caso suspeito no Brasil. O sequenciamento ajuda a identificar o tipo de vírus, a semelhança com os vírus registrados em outros países e deve auxiliar no desenvolvimento de medicamentos, vacinas e tratamentos mais eficazes.
A pesquisa foi realizada por cientistas do projeto Cadde, do Instituto Adolfo Lutz, ligado ao Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP e à Universidade de Oxford, e apoiado pela Fapesp e pelo Medical Research Centers, do Reino Unido.
Em média, no mundo inteiro, o trabalho de sequenciamento do genoma do coronavírus está durando 15 dias. O projeto executado no Brasil foi desenvolvido justamente para dar o máximo de rapidez à identificação do genoma. O recorde brasileiro está sendo destaque no mundo todo e deve permitir que os cientistas acompanhem em tempo real o desenvolvimento dos organismos do coronavírus.
Com o sequenciamento, os cientistas puderam disponibilizar o resultado para um banco de dados acessado por pesquisadores de todo o mundo e, com isso, já descobriram que o vírus encontrado no paciente brasileiro se assemelha geneticamente com um genoma sequenciado na Alemanha.
“Uma sequência só não revela muita coisa, mas a importância é mostrar que rapidamente somos capazes de fazer e colocar isso à disposição de outros cientistas do mundo. Quanto mais genomas tivermos, mais podemos entender como a epidemia vai evoluindo no mundo. Por isso precisamos ter isso muito rapidamente”, explicou ao jornal O Estado de S. Paulo a pesquisadora Ester Sabino.
O trabalho foi desenvolvido a partir da coleta da amostra recolhida de um paciente de 61 anos de São Paulo, que frequentou a região da Lombardia, na Itália, uma das mais afetadas pelo vírus no país. Os italianos, por exemplo, ainda não disponibilizaram o resultado do sequenciamento do genoma do vírus encontrado no país.
Nossa, dá um orgulho não é? De ver que os brasileiros têm uma capacidade tão grande na pesquisa científica em saúde. É como a pesquisa desenvolvida no Paraná que deve revolucionar o tratamento de pessoas com cortes ou até mutilações. Eles desenvolveram uma membrana capaz de recuperar ossos, pele e cartilagem.
“Temos trabalhado para desenvolver uma tecnologia rápida e barata. Todos os casos que forem confirmados no Adolfo Lutz serão sequenciados. A ideia é fornecer informações que possam ser usadas para entender a epidemia em curso, para que outros cientistas possam comparar os dados. Essa cadeia de informação de todo mundo junto é importante para o mundo poder responder à epidemia”, disse Ester.
Neste momento de incertezas sobre o novo coronavírus, é muito importante ter a informação correta e os brasileiros estão mostrando que sabem atuar com vigilância epidemiológica em saúde. Parabéns a todos os cientistas. 👏🏽👏🏽👏🏽
Fonte: Razões pra acreditar