Secretaria emitiu orientações de como cada cidade deve agir para evitar o avanço da doença. Ocupação nos leitos de UTI é de mais de 90% na rede estadual.
A segunda onda de Covid-19 está mais forte que a primeira em Goiás e seis regiões do estado estão em situação de calamidade, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (17) pela Secretaria de Estado de Saúde. Foram emitidas orientações de como cada município deverá agir para evitar o avanço da doença de acordo com a situação da região em que está localizado.
“A segunda onda está mais forte do que a primeira. Felizmente, o estado expandiu estruturas, continuamos expandindo, mas não teremos leitos para 7,2 milhões goianos. Precisamos, de fato, frear a contaminação”, disse o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino.
Ao todo, o estado é dividido em 18 regiões de saúde (veja quais cidades estão em cada área). Em um terço delas, a situação foi considerada preocupante.
“Nós fizemos uma distribuição de casos confirmados por semana epidemiológica de cada região de saúde do estado. Quando fizemos essa avaliação, vimos que em seis regiões temos uma situação que nos preocupou muito, porque no segundo pico de casos temos uma situação pior do que a primeira onda”, disse a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim.
As regiões de saúde listadas em situação de calamidade são: Entorno Sul; Estrada de Ferro; Nordeste II; Oeste I; Rio Vermelho e São Patrício I. Dentro dessas áreas estão 89 cidades. Entre elas, por exemplo, estão Caldas Novas, Catalão, Três Ranchos e Aruanã.
O G1 solicitou posicionamento para algumas prefeituras que estão nesta situação de calamidade para saber se vão adotar as recomendações da SES e aguarda retorno. São elas:
Em regiões com situação de calamidade, a secretaria recomenda a interrupção de todas atividades, exceto: supermercados, farmácias, postos de combustível e serviços de urgência e emergência em saúde.
“Temos um aumento considerável de casos e um aumento maior em cidades fora da Região Metropolitana”, disse a superintendente.
Durante a reunião, o governador Ronaldo Caiado (DEM) pediu conscientização da população para evitar aglomerações e pediu uma ação mais firme por parte dos municípios. “É grave o momento. Peço a compreensão de todos. Propusemos uma portaria para que tivéssemos o cancelamento das atividades de bares e boates a partir das 22h, mas muitos não quiseram assumir ou prorrogaram o prazo. E o que estamos vendo é o agravamento da situação”, disse.
"Isso é algo que é afrontoso, imaginar que pessoas estão morrendo em decorrência da contaminação de um vírus e outras pessoas estão festejando como se nada tivesse acontecendo. Essa conscientização que peço de todos", completou o governador.
A Secretaria de Saúde explicou que para montar o mapa da situação de cada região do estado em relação à Covid-19 foram analisados os números de casos confirmados, a taxa de internação e ocupação de leito, além dos registros de síndromes respiratórias agudas graves em cada município.
Após a elaboração do mapa, a secretaria divulgou que seis estão em situação de calamidade, oito em nível crítico e quatro em alerta. A atualização vai ser feita semanalmente.
“Isso é uma fotografia da situação do estado. A pandemia não deve ser analisada de forma individual. Se um município está em situação melhor, mas está na região vermelha devido ao município do lado, ele não deve agir de forma indiscriminada”, reforçou o secretário de Saúde.