Avião com dois milhões de doses da CoronaVac chega ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo
Avião com dois milhões de doses da CoronaVac chega ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo (Imagem: Reprodução/TV Globo)
Dois milhões de doses da CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus desenvolvida e testada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, chegaram na manhã desta sexta-feira (18) ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
A aplicação da vacina, no entanto, depende do aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O imunizante está atualmente em fase 3 de testes, a última antes do pedido de registro junto a autoridades regulatórias, no Brasil. Espera-se para a próxima semana a divulgação dos resultados de eficácia.
O carregamento é o terceiro que chega da China com doses prontas ou insumos para a produção local da CoronaVac pelo Butantan. No total, o estado tem atualmente 3,12 milhões de doses a serem disponibilizadas da vacina.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), esteve no aeroporto acompanhado do diretor do Butantan, Dimas Covas, e do secretário estadual de Saúde, Jean Gorintcheyn, para receber a carga.
Segundo o tucano, trata-se do maior lote de vacinas do Butantan e Sinovac que já chegou ao Brasil. “As vacinas estão chegando, a vacina do Butantan para ajudar e salvar milhões de brasileiros”, disse Doria em um vídeo divulgado pelo governo.
“É a primeira vacina que está sendo produzida no Brasil e na América Latina. É um dia importante, semana que vem teremos mais vacinas chegando e essa é a nossa função: trazer as vacinas para que elas possam ser usadas o mais rapidamente possível”, acrescentou Covas.
O governo paulista já afirmou que entrará na semana que vem com um pedido de liberação de forma simultânea na Anvisa e na agência sanitária chinesa. Com isso, a gestão Doria pretende ter uma autorização para começar a vacinação no início do ano.
“A partir de janeiro é possível que tenhamos autorização para o uso da vacina”, disse ontem Covas em coletiva de imprensa. “A partir do dia 15, é possível que tenhamos 9 milhões de doses para serem usadas nos brasileiros. A vacina não pode ficar na prateleira, tem que ir para o braço dos brasileiros”, completou.
Na segunda-feira (14), quando o governo paulista anunciou o adiamento da divulgação do resultado de eficácia da vacina CoronaVac, argumentou que esse adiamento seria feito para solicitar o registro definitivo da vacina, o que facilitaria a aprovação do imunizante. Ontem, porém, o Butantan disse que também vai pedir o uso emergencial, mas manteve a divulgação da eficácia na semana que vem.
Depois de meses de quebra de braço com o governo federal, o governo de São Paulo mostra a intenção de aderir ao Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19. Só estabelece duas condições para o Ministério da Saúde: que a imunização comece antes do dia 25 de janeiro, data prevista para início no estado, e a assinatura de um documento que oficialize a compra da CoronaVac.
A cautela se justifica em uma desinteligência ocorrida com a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) há dois meses. Na primeira vez em que o ministério mostrou a intenção de adquirir a vacina da Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, o presidente acabou desautorizando o acordo publicamente.
“Precisamos ter documento firme, definitivo e irrevogável do ministério para aquisição da vacina do Butantan”, declarou Doria.
Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a citar uma combinação de fatores para dizer hoje que o Brasil poderá ter, em janeiro, 24,7 milhões de doses disponíveis de vacinas em janeiro.
O Ministério da Saúde emitiu uma nota ontem esclarecendo que não estabeleceu datas para o início da vacinação. O informe vai na contramão de informações que circularam afirmando que o início da imunização ocorreria a partir do dia 21 de janeiro. Segundo a pasta, a ausência de previsão ocorre porque nenhum laboratório realizou até o momento o pedido de registro junto à Anvisa.