Ataxia de Friedreich é uma doença neurodegenerativa que afeta, principalmente, os movimentos do corpo. Patologia pode impedir os batimentos cardíacos
Vanessa Bonança, de 41 anos, é portadora de uma doença rara que atinge principalmente o movimento dos músculos — Foto: Reprodução/Facebook
Uma doença rara destruiu o equilíbrio e ameaça parar os batimentos cardíacos de Vanessa Bonança, de 41 anos, a qualquer momento. Portadora da rara ataxia de Friedreich, a aposentada busca se manter em movimento para evitar o avanço da doença.
A patologia neurodegenerativa afeta, principalmente, os movimentos do corpo, a fala, e também pode afetar o coração, ossos e células no pâncreas que produzem insulina. À medida em que a doença se agrava, podem surgir deformidades nos ossos, perda de sensibilidade nos membros, doenças nos olhos, no coração e diabetes.
Vanessa, que vive atualmente em Praia Grande, no litoral de São Paulo. De acordo com o g1 Vanessa contou que descobriu a doença por volta dos 20 anos, mas que os primeiros sintomas surgiram quando ainda tinha 17. "Eu tinha muita tontura e comecei a arrastar a perna para andar", relembra.
"Relutei [para procurar um médico], porque achava que era algo espiritual, ou que estava ficando doida. Era como se alguém me empurrasse e eu fosse perdendo o equilíbrio. Comecei a ter medo de andar", conta.
Segundo Vanessa, o diagnóstico foi rápido, e desde o início, os médicos a alertaram sobre a gravidade da doença. "Basicamente, vai destruindo a pessoa, travando tudo, principalmente se a pessoa não faz exercício físico", explica.
Vanessa, atualmente, pratica muay thai para se manter em movimento. A ataxia já atingiu os membros inferiores, fazendo com que ela necessite de cadeira de rodas para se movimentar. Além disso, seus pés foram deformados pela contração dos músculos.
Segundo o g1, o neurocirurgião João Luis Cabral Junior explicou que a ataxia de Friedreich é uma doença raríssima, que acomete jovens abaixo dos 25 anos. "Tem fator hereditário. Ela causa, como o próprio nome diz, alteração da marcha - deambular -, deglutição, incoordenação e alteração da fala".
Segundo explica o especialista, não há cura nem tratamento para a doença, apenas para os sintomas que ela causa ao corpo do paciente.