É a primeira vez que o país registra mais de 2 mil mortes em apenas um dia
O Brasil registrou 2.349 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas A marca, recorde na pandemia, aprofunda a crise do País, que conta com sistemas de saúde cada vez mais pressionados e ritmo lento de vacinação. Os dados foram reunidos pelo consórcio de veículos de comunicação nesta quarta-feira, 10, e mostram que o total de óbitos chegou a 270.917.
Nas últimas duas semanas, o Brasil viu sua média diária de óbitos saltar 43%. Há 14 dias, em 25 de fevereiro, o número estava em 1.150. Agora está em 1.645 , o maior da pandemia. A média móvel leva em consideração dados dos últimos sete dias e capta melhor a tendência da variação nos registros. No País, essa curva tem crescido em um ritmo cada vez mais acelerado.
Em 1º de janeiro, por exemplo, a média diária de mortes estava em 704. Se comparado com o número atual, o aumento é de mais de 130%, o que significa mais do dobro. Em janeiro, a crise se alastrou por Manaus e cidades do interior do Amazonas, chegando a causar desabastecimento de oxigênio para pacientes. Agora, a crise está em todas as regiões.
Dados do consórcio formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, mostram que o número de casos chegou a 11.205.972, com 80.955 novos registros nas últimas 24 horas. Os dados são coletados junto às secretarias estaduais de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 9.913.739 pessoas recuperadas da doença.
As altas consecutivas têm feito Estados adotarem novamente medidas de restrição na tentativa de frear a propagação da doença. Em São Paulo vigora a fase vermelha, na qual atividades não essenciais foram fechadas. No Rio, o governo cogita barrar a entrada de turistas. No Rio Grande do Sul, todas as cidades estão sob bandeira preta, de risco altíssimo, e o Estado tem 100% dos leitos de UTI ocupados, o mesmo que ocorre no Distrito Federal.
A situação do Brasil causa preocupação ao mundo. Autoridades e especialistas dos Estados Unidos já disseram que o avanço da covid-19 nas cidades brasileiras, com a aparição da nova variante, pode se transformar em ameaça sanitária internacional. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS), que vê a situação como “muito preocupante”, cobrou que o País leve a pandemia a sério.