Presidente da CCJ, Felipe Francischini em reunião com deputados do PSL gravada pelo deputado Daniel Silveira que integrantes do DEM “estão loucos esperando fazer” essa fusão
(Brasília-DF, 18/10/2019) O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou nesta quinta-feira, 17, em São Paulo, que haja algo de concreto sobre possibilidade de fusão entre o seu partido, o Democratas com o PSL do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Gravado pelo deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), afirmou – em reunião reservada de parlamentares do PSL sem saber que estava sendo gravado – que integrantes do DEM como presidente nacional daquela legenda, o prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, e o próprio Maia, estariam “loucos esperando fazer” essa fusão entre as duas legendas.
“Não tem fusão. O PSL tem que se organizar. Tratar do dia seguinte sem [não concluiu o raciocínio]. O PSL está com a sua vida se organizando. Se o PSL não está organizado, como a gente vai tratar de algo sem o PSL estar organizado. Hipóteses existem com o PSL, PSDB, PMDB, com qualquer outro partido. Hipóteses são hipóteses. Agora, do ponto de vista concreto não existe nenhuma conversa entre o PSD com o Democratas”, falou.
Rusgas internas
Questionado sobre a crise vivida pelo PSL que opõe o presidente da República, Jair Bolsonaro, com parte da bancada na Câmara contra o grupo encabeçado pelo presidente nacional da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), e do líder do partido – deputado Delegado Waldir (GO), Maia afirmou que rusgas internas existem em qualquer partido.
“Os conflitos internos acontecem em todos os partidos. O PDT teve problema algumas semanas atrás. O PSB depois da [aprovação da reforma da] Previdência [na Câmara]. O DEM já teve seus problemas. Perdemos o ex-prefeito de São Paulo à época, Gilberto Kassab, num conflito em que perdemos 30% do partido. Todos sobreviveram”, comentou.
“A vida é assim. Os conflitos fazem parte da política, da busca de espaço de poder, seja dentro de um partido, seja no parlamento, ou no executivo. É legítimo, é natural. Eu acho que esse conflito não atrapalha o processo legislativo e tenho certeza que todos com muita maturidade vão conseguir organizar o que for melhor para o Brasil e para o partido deles”, complementou.
Indagado sobre o envolvimento pessoal do presidente brasileiro em tentar destituir o líder da Câmara, deputado Delegado Waldir, da liderança do PSL para ser substituído pelo seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Maia afirmou que isso é um direito que lhe cabe por ser ele um filiado ao PSL.
“É um direito dele, sem dúvida nenhuma, trabalhar pelo que ele considera o melhor para o partido. É óbvio que o presidente da República precisa ter um partido, um partido que dê sustentação de forma mais orgânica ao governo dentro do parlamento. Eu acho que a luta dele pelo espaço dentro do partido é legítima. Ele é filiado e não tem nada de mais participar deste debate”, observou.
(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)