Vereador Lucas Kitão e deputado estadual Paulo Trabalho comentam crise na legenda
Em recente entrevista ao jornal O Popular, o deputado delegado Waldir (PSL) voltou a criticar o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) e defender o presidente nacional da sigla, Luciano Bivar. Em Goiás, parlamentares da legenda reagiram.
Para o deputado estadual do Partido Social Liberal, Paulo Trabalho, “toda essa briga interna é muito ruim”. Segundo ele, somente a soma fortalece o partido. “Eu lamento esses desencontros”, disse Lucas Kitão, vereador pelo PSL. Apesar disso, no que diz respeito a Goiás, o parlamentar municipal acredita que nada mude e que Waldir deva permanecer no comando, pois é ele o presidente estadual da sigla.
Caso do PSL
Recentemente, o presidente Bolsonaro tentou articular para substituir Waldir como líder do PSL na Câmara. Com duas listas, uma com 27 assinaturas (26 verificadas) e outra com 24, o gestor foi derrotado após o goiano apresentar um documento com 31 assinaturas. O substituto seria o filho do gestor federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Na sexta-feira (18), porém, o Estadão informou que uma nova lista para destituir o goiano é preparada e deve ser apresentada à Câmara, em breve. Vale lembrar também que, na quinta-feira (17) o presidente pediu ao ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, de comunicar à deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) de que ela estava sendo destituída da função de líder do governo no Congresso – ela assinou pela manutenção de Waldir. No lugar dela, foi indicado o deputado Eduardo Gomes (MDB-TO).
Outro resultado do desgaste entre o presidente e Bivar é que os filhos de Bolsonaro, Eduardo e o senador Flávio (PSL-RJ), perderam o comando dos diretórios do PSL em São Paulo e Rio. Jair classificou como “retaliação”.
Nova lista do partido
Sobre a nova lista que pode destituir Waldir, Kitão diz que o presidente estadual tem articulação para continuar. “Acredito que tenha voto para continuar presidindo. Waldir se sustenta pelo Bivar, que pensa no partido.”
Segundo Kitão, o governo não tem atendido à própria base e tem faltado diálogo. “O presidente pode voltar atrás. Não é o momento de dividir, de perder a base”, observou.Para ele, inclusive, a maior preocupação de Bolsonaro é sobre apoio político. Essa afirmativa veio após o vereador ser questionado se o presidente não estaria interessado em comandar o partido pelo fundo partidário. “Política se faz por ideologia. Se ele quiser pegar o partido por isso está sendo incoerente.”
Consonância dos goianos
Já o deputado Paulo Trabalho não acredita que a lista vingue. “O Waldir saiu forte nessa disputa.” Acerca do relacionamento de parlamentar goiano e Bolsonaro, ele declara que este está temporariamente abalado, “mas nada que não possa ser consertado”.
Segundo ele, “o delegado Waldir se sentiu um pouco frustrado pelo presidente querer tirá-lo da liderança, o que gerou certa tensão. Quando a poeira baixar tudo se restabelece”.
DEM e PSL
Kitão respondeu sobre as conversas sobre fusão entre DEM e PSL. Para ele, essa conversa de fato existiu em termos nacionais. “Mas não faz sentido. Temos agendas diferentes”. Sobre articulação desse tipo no Estado, ele diz não saber se houve.
Perguntado sobre sua permanência na sigla, ele diz que está no PSL pela ideologia liberal e progressista e que nunca trocou de sigla. “Não vou sair. Sou soldado e espero poder participar mais.”
Paulo não tem informação sobre essa fusão, mas garante que o PSL é um partido grande, “um dos maiores do Brasil”. “Se o presidente sair ele não vai se apequenar”, garante.
Delegado Waldir: frustrado com Bolsonaro
Na entrevista ao jornal goianiense, Waldir relembrou um dos trechos do áudio polêmico divulgado amplamente na última quinta-feira (17). Ele citou que andou por 246 municípios goianos pelo presidente e que foi “extremamente leal”. “Aí o presidente ataca o meu partido, humilha, manda a Polícia Federal fazer busca e apreensão na casa do Bivar. Tenho motivo para estar frustrado e chamar ele de vagabundo e muito mais coisa”, disse.
Com informações, Mais Goiás