A partir da última sessão, ocorrida nesta quinta-feira (18/02), foi possível perceber a reincidência de certos comportamentos, que começam a formar um padrão na chamada “bancada da independência”.
Já é possível afirmar que alguns de seus vereadores desconhecem o funcionamento prático da máquina administrativa, e às vezes até mesmo de projetos para os quais sugerem alterações.
Por exemplo, um comentário sobre o motivo de um valor solicitado para uma Secretaria ser um pouco maior do que os gastos calculados “na ponta do lápis”.
Então os vereadores mais experientes da base explicam, didaticamente, que dependendo do propósito e natureza da solicitação é necessário contar com imprevistos.
Uma máquina que quebra. Um aparelho que dá defeito. Uma peça de reposição, eventos fortuitos que não teriam sentido serem declarados como ‘gasto antecipado’ no planejamento.
Nesses casos, até que ocorra uma sessão da Câmara, um processo de análise, votação, etc. para a cobertura daquela despesa, haveria uma paralisação de atividades essenciais. E se esse tipo de questão fosse estendida aos demais assuntos, as ações executivas que mantém a própria vida da empresa pública parariam a todo instante, com um custo enorme para a população.
Inclusive foi citado por diversos vereadores, que já tiveram experiência como secretários ou outros cargos gestores, que às vezes o valor básico nem chega a ser utilizado integralmente, pois se consegue o resultado de forma antecipada ou mais eficiente, e se presta conta dessa devolução.
Coisas básicas que qualquer pessoa que tenha feito o “módulo 1 de um cursinho de Administração pública online” ou que, pelo menos, tenham vivido no mundo prático compreenderiam rapidamente.
E mesmo com o silêncio posterior diante de explicações técnicas e práticas, se insiste em “votar não” para um projeto, devido às características acima. Conclui-se, assim, tratar exatamente da “oposição pela oposição”.
Ficou demonstrado que alguns preferem engessar processos que tem influência direta na vida das pessoas, sob o pretexto de “poder fiscalizar” (?!), MESMO tendo ficado demonstrado que a fiscalização pode ocorrer durante todo o processo, em qualquer etapa deste!
Certamente uma das funções do vereador é fiscalizar! Mas se ele não tiver pelo menos uma ideia sobre o assunto envolvido, só ficará no “discurso” de fiscalização, show midiático que ilude apenas quem não acompanha as sessões e não vê o que está acontecendo de fato.
Para terminar, mais um espanto: imagine um grupo inteiro de vereadores de oposição sugerir emenda para uma lei contendo três artigos que eles dizem ser para aumentar a transparência. Seria ótimo... se eles tivessem ao menos lido o projeto e visto que ali já constava dois dos dispositivos que eles pediram na emenda (!), e que o terceiro não se aplicava (mostrar uma quantidade fixa) pois se tratava de uma quantidade de vagas que mudam de acordo com a disponibilidade de um órgão externo.
Os vereadores da base do prefeito pegaram o projeto e mostraram, perguntando se não haviam lido que na página ‘tal’ já havia aquela previsão. E explicaram como funcionava a última questão.
Seguiu-se novamente aquele silêncio, e a impressão: como você bate no peito dizendo que é oposição, que vai “fiscalizar para o povo”, sendo que não apenas não se informou do assunto em pauta, mas sequer LEU o projeto direito?!
Querer dificultar ou mesmo interromper algum processo importante só para dizer: “pedi para pararem tudo, pois não estou entendendo nada. Deixa aquele posto de saúde sem insumos, deixa aquela estrada sem manutenção, deixa aquela família sem os benefícios que recebiam pois preciso de uns meses pra ler e fiscalizar” é desconhecimento de princípios técnicos de gestão, ingenuidade ou política da pior qualidade?