Objetivo do presidente é manter Pazuello no alto escalão e mantê-lo em foro privilegiado na investigação que cursa do STF
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estuda criar um novo ministério para abrigar Eduardo Pazuello. O general deixa o Ministério da Saúde nos próximos dias para dar lugar ao cardiologista Marcelo Queiroga.
Segundo fontes do Palácio do Planalto e do Ministério da Saúde ouvidas pela emissora, a intenção é criar o Ministério Extraordinário da Amazônia e indicar o general para a chefia da pasta. A reportagem destaca que, além de mantê-lo no governo, o objetivo é manter o foro privilegiado de Pazuello no Supremo Tribunal Federal (STF), onde responde inquérito sobre atuação na pandemia.
A justificativa da indicação seria baseada na aproximação de Pazuello com a região. Antes de assumir o Ministério da Saúde, ele esteve à frente do comando da 12ª Região Militar da Amazônia. Um outro fator seria para esvaziar o Conselho da Amazônia. O colegiado é comandado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), que anda distanciado de Bolsonaro.
A ideia de se criar a nova pasta já se arrasta desde fevereiro e foi admitida por Bolsonaro. Segundo ele, a aprovação da autonomia do Banco Central abriria uma vaga na Esplanada.
Porém, para que o novo ministério saia do papel, Bolsonaro encontra entraves com outros auxiliares. A avaliação é de que criar uma nova pasta neste momento pode soar como algo ruim entre o eleitorado.
Caso o ministério não vá para frente, o presidente avalia outros dois cargos que possa manter Pazuello no governo: assessor especial da Presidência ou de secretário de Assuntos Estratégicos do Planalto.