Stefanie Marques Ferreira Candido, de 30 anos, vítima de um estuprador, foi indiciada por homicídio. Família faz campanha e pede justiça
Jorge Valentim de 72 anos foi morto no último dia 27 de outubro por Stefanie Marques Ferreira Candido (foto em destaque), de 30 anos, em São Lourenço, no sul de Minas Gerais. Segundo familiares de Stefanie, ela agiu em legítima defesa ao matar o próprio estuprador.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, entretanto, a mulher foi presa em flagrante e conduzida ao sistema prisional. Os agentes concluíram o inquérito e indiciaram Stefanie por homicídio.
O caso ganhou repercussão após a irmã de Stefanie, Brenda Marques, criar uma conta nas redes sociais em busca de apoio jurídico e financeiro. As advogadas Amanda Scalisse e Juliana Garcia assumiram o caso e informaram ao Metrópoles que vão entrar com uma medida para revogação da prisão preventiva.
Em depoimento, Stefanie alegou legítima defesa e informou aos agentes que era vítima de violência sexual. Entretanto, a Polícia Civil declarou que essa possibilidade não foi investigada.
“Está claro, no processo, que ela agiu em legítima defesa. Além disso, Stefanie é primária e possui bons antecedentes, o que demonstra que sua colocação em liberdade não representa risco para a sociedade. No momento, estamos aguardando a decisão”, informou a advogada Amanda Scalisse.
A Vara Criminal do Fórum de São Lourenço afirmou ao Metrópoles que não poderá passar qualquer informação sobre o caso.
O Ministério Público de Minas Gerais denunciou Stefanie por homicídio qualificado. O promotor Fernando Luiz Fagundes Vieira da Silva alegou que Jorge estava debilitado, porque além de idoso também sofria de câncer.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Stefanie e Jorge se conheceram na barbearia onde ela trabalhava. “A ré passou a frequentar a residência da vítima, sob o pretexto de ajudá-la nos cuidados diários”, informou.
Familiares protestam contra a prisão de Stefanie e alegam que o caso se trata de uma injustiça, já que a versão de estupro não foi sequer investigada pela Polícia Civil. Segundo pessoas próximas da vítima, a versão não foi considerada por ela ser “mulher preta e lésbica”.
Segundo Brenda, durante a audiência de custódia de Stefanie, não houve uma defesa justa, já que a defensora pública indicada não estudou o caso e tratou apenas como homicídio. “A minha irmã é companheira, amiga, e isso é muito injusto.”
Stefanie seguia o sonho de ser barbeira e é muito querida por amigos e familiares que moram em Resende, em Minas Gerais.
Em contato com a reportagem, a Polícia Civil afirmou que, como o procedimento foi remetido à Justiça, outras informações devem ser solicitadas ao Judiciário.