Crime aconteceu no McDonald’s da Taquara, zona oeste do Rio, na madrugada desta segunda (9/5). Mateus Domingues, de 21 anos, segue internado
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou a prisão do sargento do Corpo de Bombeiros Paulo César de Souza Albuquerque, suspeito de atirar em um atendente do McDonald’s na madrugada desta segunda-feira (9/5), na Taquara, Zona Norte do Rio. O agressor presta depoimento na delegacia neste final de tarde, acompanhado de seu advogado.
O Portal teve acesso a imagens das câmeras de segurança da lanchonete que mostram toda a ação do suspeito contra Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos. Veja:
Brasil 2022: Uma discussão sobre o uso de cupom de desconto terminou com um atendente do McDonald’s baleado no RJ. O autor do tiro era um bombeiro que portava uma arma ilegal, e teve a prisão negada. Outra situação de descontrole com armas foi registrada neste fim de semana #fio pic.twitter.com/hHmhXBQ7RE
— Instituto Fogo Cruzado (@fogocruzado) May 9, 2022
As gravações mostram o sargento saindo do carro e agredindo Matheus com socos pela cabine do drive-thru. Em seguida, ele anda em direção à loja e entra no estabelecimento com uma arma na mão. Depois, encontra o atendente e atira. O jovem cai no chão e imediatamente é socorrido por colegas de trabalho. O atirador guarda a pistola e vai embora.
O pedido de prisão foi feito pelo delegado da 32ª DP, Angelo José Lages Machado, que investiga o caso. Ele alegou que o gerente do estabelecimento, que estava no local e presenciou todo o ocorrido, reconheceu o atirador por meio de fotos e não teve dúvidas.
“A prisão temporária é medida excepcionalíssima, devendo ser usada apenas quando houver elementos concretos de autoria. Compulsando os autos, constata-se que o investigado foi identificado por meio de vídeos que circulam nas redes sociais, e fotografias, também extraídas de redes sociais, não estando devidamente esclarecido no inquérito a origem de tais elementos probatórios, e a forma como foram obtidos”, disse a juíza plantonista Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz.
A juíza alegou que o reconhecimento fotográfico não seria o suficiente para realizar a prisão do bombeiro.
“Embora as investigações apontem a autoria delitiva na direção do investigado, o reconhecimento fotográfico fragiliza os elementos necessários para a decretação de sua prisão temporária. Por tais razões, indefiro, por ora, o requerimento de prisão cautelar temporária formulado pela autoridade policial”, afirmou na decisão.
O caso aconteceu por volta das 2h. Segundo testemunhas, um homem fez o pedido pelo drive-thru ao funcionário Mateus Domingues Carvalho. No fim do atendimento, o cliente avisou que tinha um cupom de desconto.
O colaborador da lanchonete respondeu, então, que essa informação precisava ser dada no início do pedido. Insatisfeito, o cliente saiu do veículo e socou Mateus. Em seguida, entrou na loja e atirou no funcionário.
Em depoimento, José Kleber, gerente do estabelecimento, relatou que tentou impedir o bombeiro de atirar, mas foi obrigado a se afastar após ele sacar uma arma. Os amigos do agressor também tentaram impedir a ação, mas em vão.
Matheus foi alvejado na região do abdômen e levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde segue internado.