Assim como na cidade catarinense, criminosos usaram reféns como escudo e atacaram um quartel da PM. Grupo fugiu. Uma pessoa morreu, segundo o prefeito.
Uma quadrilha tomou as ruas de Cametá (PA), a 235 km de Belém, no começo da madrugada desta quarta-feira (2), para assaltar bancos. Moradores relataram em redes sociais uma noite de terror. Uma pessoa morreu, segundo o prefeito, Waldoli Valente (PSC).
A ação tem características semelhantes à registrada em Criciúma, no Sul de Santa Catarina, na madrugada desta terça (1º), em que uma quadrilha também fez ataques pelo município em ação para assaltar uma agência bancária.
Assim como ocorreu em Criciúma, a quadrilha que atacou Cametá também usou reféns como escudos para se locomover pelas ruas da cidade. As pessoas foram capturadas em bares. Os criminosos atiraram para cima durante mais de uma hora. O grupo usou armas de alto calibre e explosivos.
Um quartel da Polícia Militar (PM) foi atacado, impedindo a saída dos policiais. Esse método também foi utilizado pelos homens que levaram terror a Criciúma.
Morador de Cametá (PA) relata que criminosos fizeram escudo humano para se protegerem
"Muita gente estava assistindo ao jogo, os bares estavam lotados", diz Márcio Mendes, morador da cidade, em entrevista a GloboNews. "Renderam as pessoas e levaram para frente da base da Polícia Militar."
Ao menos 2 agências bancárias foram atacadas, segundo relatos de moradores. Uma, do Banco do Brasil, fica no prédio da Câmara dos Vereadores e ficou destruída. A outra é do Banpará, o banco estadual.
Os bandidos deixaram a cidade por volta de 1h30. Segundo a PM, o grupo fugiu usando carros e barcos – a cidade fica às margens do Rio Tocantins. Ainda não se sabe o que foi levado, qual é o tamanho da quadrilha e se alguém foi detido.
Por volta das 2h, o prefeito da cidade pediu que as pessoas ficassem em casa. "Nossa cidade sempre foi pacífica", escreveu Valente.
Cametá é uma das 10 maiores cidades do Pará, com cerca de 136 mil habitantes, segundo o IBGE.
O governador Helder Barbalho (MDB) disse que acompanha o caso.
"Já estou em contato com a cúpula da segurança pública do Estado acompanhando as providências que estão sendo tomadas neste episódio, no município de Cametá. Não mediremos esforços para que o quanto antes seja retomada a tranquilidade e os criminosos sejam presos. Minha total solidariedade ao povo cametaense", escreveu governador.
Em 2020, o estado registrou ao menos dois outros assaltos semelhantes: um em Ipixuna do Pará, em 30 de janeiro, e em São Domingos do Capim, em 3 de abril. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, "praticamente todos os envolvidos" foram presos.
Parece que está rolando outro assalto com armas de grosso calibre, desta vez em Cametá, no interior do Pará. pic.twitter.com/ToaRiRganA
— De Lucca 🏳️🌈 (@delucca) December 2, 2020
Mais um vídeo sobre Cametá: os criminosos estariam levando reféns como escudos humanos e estariam assaltando várias, e não apenas uma agência bancária. pic.twitter.com/1dUQfMfeX8
— De Lucca 🏳️🌈 (@delucca) December 2, 2020
Mais um vídeo desesperador de Cametá, no Pará, onde as informações de moradores postadas em redes sociais dão conta de um assalto das proporções do que aconteceu em Criciúma ontem. Dezenas de assaltantes fortemente armados fizeram moradores de reféns, que são usados como escudos. pic.twitter.com/Y3HPnNcDJq
— De Lucca 🏳️🌈 (@delucca) December 2, 2020
é o terror em cametá pic.twitter.com/E9HTEhFZF5
— João Rui Sassim (@JSassim) December 2, 2020