Garoto morreu no último dia 8 de março e polícia tenta saber quem foi que matou o menino de apenas 4 anos
Polícia realiza operação e cumpre mandados em residência de familiares de Henry (Foto: reprodução/PC)
A Polícia Civil, por meio da 16ª DP (Barra da Tijuca), realiza na manhã de hoje uma operação para cumprir quatro mandados de busca e apreensão do inquérito que investiga a morte do menino Henry Borel, de 4 anos, ocorrida no dia 8 de março. Agentes foram a quatro endereços ligados ao pai, à mãe e ao padrasto da vítima.
O apartamento do padrasto de Henry, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, foi interditado até que novas perícias sejam realizadas. Uma viatura da Polícia Militar vai ficar baseada no local por 30 dias. Foi lá que a criança passou a última noite, antes de ser levada a um hospital e, segundo a equipe médica, chegar lá sem vida e com marcas de lesões.
Os quatro mandados foram cumpridos nas seguintes residências:
Os agentes apreenderam celulares e computadores dos alvos para tentar ajudar no desfecho do caso. Além do cumprimento dos mandados, o 2º Tribunal do Júri da Capital também decretou a quebra dos sigilos de todos os alvos.
Procurada pelo UOL, a defesa de Leniel Borel, Leonardo Barreto, falou que “a polícia está fazendo o papel dela” e acredita que o mandado cumprido na casa do cliente seja apenas para ajudar nas investigações.
Já o advogado André França, que representa Monique e Jairinho, disse à reportagem que “o casal, embora ainda abalado com a morte do Henry, recebeu a polícia de maneira tranquila e solícita. A busca e apreensão realizada também na casa do pai, Leniel, ao contrário do que afirma o seu advogado, mostra que a polícia segue investigando todas as hipóteses. O casal permanece confiante e seguro na inocência, e seguirá na mesma postura de prestar às autoridades todas as informações necessárias à elucidação desta tragédia”.
Henry Borel, de 4 anos, foi encontrado pela mãe e o padrasto no chão do apartamento onde morava na madrugada do último dia 8, de acordo com o relato deles à polícia. Os laudos de necropsia atestam que o menino sofreu hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. A equipe médica que atendeu a criança disse que Henry chegou sem vida na unidade de saúde.
Em depoimento concedido à polícia após saber da morte de Henry, uma ex-namorada do vereador contou que passou “os piores dias da minha vida com ele”. Ela e a filha, hoje com 13 anos, disseram ter sido agredidas pelo parlamentar na época em que os dois tiveram um relacionamento.
A testemunha disse que se sentiu intimidada quando recebeu uma ligação de Jairinho dias após a morte do menino. Segundo ela, eles não se falavam há oito anos, desde que terminaram o relacionamento.
Em uma conversa encaminhada a Leniel Borel e divulgada pela Rede Globo, a testemunha diz que sente muito pela morte da criança e diz que foi negligente à época que as agressões aconteceram com elas. “Mas eu tive muito medo. Muito mesmo”, escreveu.
“Eu passei os piores dias da minha vida com ele. E hoje não consigo olhar no olho da minha filha por tudo que ele fez e eu não vi. Eu me culpo todos os dias da minha vida”, finalizou.
Também em relato à polícia, a empregada doméstica que trabalha na casa de Monique Medeiros e Dr. Jairinho, identificada como Rosângela, explicou que sabia a respeito da morte de Henry. A versão contradiz a da mãe do menino.
Segundo o UOL apurou, a trabalhadora falou aos agentes da 16ª DP que foi avisada a respeito da morte de Henry no dia que foi trabalhar. Quando foi ouvida pela polícia, na semana passada, Monique relatou que a limpeza do apartamento foi feita pela funcionária – prejudicando a perícia – já que ela não tinha conhecimento do ocorrido e que chegou a dar folga para ela na hora do almoço.
A equipe médica que atendeu o menino Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, também depôs e as três pediatras ouvidas afirmaram que Henry chegou sem vida na unidade de saúde.