Agente de monitoramento foi preso no último dia 3/7, em Planaltina. De acordo com ele, o filho se afogou depois que a mulher saiu e PM fez segunda abordagem; veja o vídeo
Jonas Pereira, papai do bebê que morreu afogado, alega ter sido preso injustamente e diz que os PMs já haviam revirado a casa dele antes de prendê-lo.(Foto: reprodução/TV Anhanguera)
O agente de monitoramento Jonas Pereira de Sousa, de 29 anos, que alega ter sido preso injustamente em Planaltina-GO, disse que os Policiais Militares (PMs) já haviam feito buscas na casa dele em uma primeira abordagem, antes da que culminou em sua prisão. Agora, ele apresenta vídeos registrados por câmeras de monitoramento para mostrar que as equipes permaneceram no endereço, com possibilidade de terem visto que a esposa não estava na casa na segunda vez que adentraram o imóvel. “Eles sabiam que meus filhos ficariam sozinhos porque viram minha esposa saindo para o supermercado”, sublinha. Após a detenção, as crianças, de 1, 3 e 6 anos de idade, ficaram por conta própria e a mais nova delas afogou-se na piscina de casa. O caso ocorreu no último dia 3 de julho e é investigado. Corporação nega suposta negligência.
Segundo a versão do homem, nenhuma explicação foi cedida pela equipe, que teria “revirado a residência” em busca de provas sobre as quais também não teriam cedido justificativas. Como nada foi encontrado, explica Jonas, eles saíram, mas retornaram na sequência, quando a mulher já não estava em casa. “Eles já tinham vindo na minha casa. Entraram e reviraram tudo, mas não acharam nada. Foram embora e voltaram quando viram minha esposa saindo. Eles sabiam que eu estava sozinho com meus filhos. Não explicaram nada, só me levaram preso e disseram que eu iria chorar lágrimas de sangue”.
Imagens de câmeras de segurança obtidas pelo agente de monitoramento e enviadas, mostram o momento em que a dona de casa Raifra da Silva passa pela viatura da PM. Jonas alega que o registro “prova que a mulher estava indo ao supermercado” e que ele ficou sozinho com as crianças. “A filmagem mostra a P2 prendendo um homem por roubo a uma chácara. Depois saem dois carros e a viatura da PM fica parada em frente à escola. Os policiais ainda conversaram com a minha esposa, esperaram ela andar novamente e desceram para minha casa”, disse.
De acordo com Jonas, a PM teria mentido ao emitir nota dizendo que, no momento da prisão, as crianças ficaram com a mãe e outras duas pessoas. “É mentira. Falaram isso para sair como inocentes. Eles viram que minha esposa tinha saído de casa e mesmo assim me levaram, deixando meus filhos sozinhos”, comentou.
Ele afirma que espera que o caso não fique impune e pede justiça. “Já entramos com processo contra o Estado. A morte do meu filho não pode ficar em vão. Sei que nada vai trazê-lo de volta, mas podemos evitar que outras tragédias aconteçam”.
A reportagem entrou em contato com a PM e aguarda retorno. Na quarta-feira (8), a corporação já havia informado que realizou a prisão de Jonas pela suspeita do crime de roubo, mas negou que tenha ele ficado sozinho em casa. Segundo o texto, no momento da prisão, estavam a esposa, a irmã, o cunhado e as três crianças. A corporação lamentou a morte da criança e afirmou que o caso será investigado.