Mulher contou à Polícia Civil que concordou com uma corrida de R$ 8,90, mas que o valor final foi R$ 17,07 e que poderia pagar pelo aplicativo na próxima viagem. Vídeo mostra agressão
A passageira que levou um golpe de facão de um motorista registrou o caso na Polícia Civil e explicou que a agressão aconteceu após uma discussão por causa de R$ 8. A situação foi flagrada pela câmera de monitoramento de um supermercado em Anápolis, a 55 km de Goiânia (assista acima). Se sentindo humilhada, ela desabafou e pediu para ter a identidade preservada.
“Eu me senti muito desrespeitada. É uma sensação de impotência. Fiquei em choque, nem sabia como reagir quando levei a pancada”, desabafou
Por meio de nota, a Uber, responsável por conectar a passageira e o motorista por meio de aplicativo, disse que "considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres". A empresa disse ainda que "a conta do motorista parceiro foi desativada assim que a empresa tomou conhecimento do episódio" (leia íntegra ao fim da reportagem).
O nome do motorista não foi divulgado pela polícia ou pela companhia, por isso a reportagem não conseguiu descobrir quem é responsável pela defesa dele para pedir uma posição sobre o caso.
A mulher que aparece no vídeo é uma pedagoga que está desempregada e fazendo alguns bicos. Depois do que passou na sexta-feira (29) à tarde, ela ficou bastante abalada.
A pedagoga disse que faz aquele trajeto com transporte por aplicativo toda semana, sempre paga em dinheiro e que a empresa que liga os passageiros a motoristas tem uma política de compensação quando um deles não tem troco ou não conseguem pagar o valor completo.
No entanto, quando foi fazer a viagem com aquele motorista, ele pegou um trajeto diferente do que ela tentou indicar a ele.
“Esse caminho dura 5 minutos. Falei para ele pegar uma direção e ele pegou outra. Eu nunca paguei nem R$ 11 nessas viagens, mas ele saiu, pegou a rodovia e corria tanto que eu clamei a Deus para me proteger, fiquei com muito medo”, disse.
Quando chamou o motorista, o aplicativo estimou para o trajeto a cobrança de R$ 8,90. No entanto, segundo o depoimento da mulher, ao final da viagem, o valor cobrado dela foi de R$ 17,07.
“Fiquei muito nervosa porque foi uma viagem muito tensa e eu não tinha o dinheiro todo, só tinha R$ 10. Paguei com o que eu tinha, saí falando e bati a porta do carro porque sei que o aplicativo cobra na próxima viagem. Não xinguei ele, não chamei ele de nada”, completou.
Enquanto caminhava para longe do carro a mulher foi surpreendida com um golpe de facão na perna direita, na altura da coxa. Ela disse que ficou sem reação, olhou assustada, viu que era o motorista e que ele ainda gritou: “Isso é para aprender a respeitar os outros”, fugindo em seguida.
Depois do episódio, ela registrou o caso na Polícia Civil e chegou a fazer um exame no Instituto Médico Legal (IML) para comprovar a agressão. Agora ela espera que o motorista seja encontrado e responda pelo que fez.
A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza. Nesse caso, a conta do motorista parceiro foi desativada assim que a empresa tomou conhecimento do episódio. A Uber permanece à disposição das autoridades para colaborar com as investigações, na forma da lei.
Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo: o compartilhamento de localização, gravação de áudio, detecção de linguagem imprópria no chat, botão de ligar para a polícia, entre outros.