Wesley Góes, de 38 anos, morreu depois de ser baleado no domingo (28) na região do Farol da Barra, em Salvador.
Policial militar que 'surtou' e disparou tiros para cima na região do Farol da Barra, em Salvador era lotado na 72ª CIPM — Foto: Reprodução / Redes Sociais
O policial militar Wesley Soares Góes, de 38 anos, morreu depois de ser baleado pela PM após atirar contra policiais no domingo (28) na região do Farol da Barra, em Salvador.
O policial havia saído de Itacaré, cidade a 270 quilômetros ao sul de Salvador onde fica o batalhão onde era alocado. Ele portava um fuzil com cinco cartuchos de munições e um revólver com 33 munições. Ao chegar em um dos principais pontos turísticos da capital baiana, começou a atirar pra cima. Ele também estava com outra arma, que era de uso pessoal.
O soldado Wesley Góes trabalhava na 72ª CIPM, em Itacaré, no sul da Bahia. Ele estava noivo e morava na cidade onde trabalhava.
Segundo a amiga e vizinha de Wesley, Daniela Pereira, ele era conhecido por ser uma pessoa alegre.
"Wesley sempre foi um cara muito do bem, muito família, muito alegre, adorava as crianças e desde sempre foi essa pessoa. Amável, amigável, dócil. E a dor é grande demais, sentimento de perda". disse a amiga.
Outro amigo do soldado, Bruno Araújo, também lembrou da personalidade alegre do policial e se recordou que ele ficou muito feliz em ter passado no concurso da Polícia Militar, em 2008.
De acordo com a Polícia Militar, em 13 anos de serviço, Wesley nunca apresentou comportamentos que sugerissem problemas psicológicos.
Repercussão
Na segunda-feira, cerca de 200 policiais fizeram uma homenagem para o PM, na cidade de Itacaré, no sul da Bahia, onde o soldado era lotado. Os policiais, que estavam de máscaras de proteção da Covid-19, fizeram uma roda e uma oração para Wesley Góes.
Já em Salvador, o deputado estadual Marco Prisco (PSC) convocou uma manifestação em homenagem ao policial morto na região do Farol da Barra. Prisco já liderou três movimentos grevistas de policiais militares na Bahia e defendeu greve geral da PM e da Polícia Civil da Bahia -- paralisações de policiais foram declaradas inconstitucionais pelo STF em 2017.
Ainda na capital baiana, um grupo de policiais também fez carreata na Av. Bonocô, de acordo com Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador).
Nas redes sociais, o governador da Bahia, Rui Costa, lamentou a morte do PM Wesley.
Quem também se pronunciou sobre a morte do soldado foi a deputada Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ela fez uma postagem em que dizia que Góes foi morto por se recusar a "prender trabalhadores". A publicação foi apagada horas depois.
Rui Costa e mais 15 governadores divulgaram uma carta em que cobram providências contra o que chamaram de crescente onda de agressões que visam criar instabilidade institucional e denunciaram a ação de autoridades federais para estimular motins policiais.