Vítima levava o marido a um posto de combustíveis onde ele costuma deixar o caminhão que usa para trabalhar
Uma mulher de 49 anos foi baleada por policiais militares a paisana em um posto de combustíveis na madrugada de quarta-feira (20), em Valparaiso de Goiás, entorno do Distrito Federal (DF). Meyrejane Brandão Dantas levava o marido a um posto de combustíveis quando policiais descaracterizados atiraram contra o carro que ela conduzia.
De acordo com o relato do marido da vítima (o caminhoneiro Pedro Martins), por volta das 4h30 da manhã, a mulher o levou ao pátio do posto de gasolina onde costuma deixar o caminhão estacionado e retornou para casa. Ao entrar em uma rua próxima ao posto, um veículo sem identificação realizou uma manobra na pista contrária e começou a perseguir o Onix de cor branca que a esposa conduzia.
O marido afirma que em nenhum momento foi acionado o giroflex, sirene ou qualquer sinal luminoso que pudesse identificar que os condutores eram policiais. Durante a perseguição, a vítima passou na porta de sua casa, mas teve receio de parar o veículo por acreditar que se tratava de assaltantes. “Ela estava sozinha e ficou com muito medo. A gente assusta ao ver um carro perseguindo um horário desses. Se fosse um carro da polícia, ela teria parado na hora” afirma o marido.
A mulher então retornou ao posto. Nesse momento, duas viaturas da Polícia Militar apareceram atrás do carro que a perseguia e iniciou-se um tiroteio. “Ela achou que eles estavam trocando tiros entre eles, ela até ficou alegre pois tinha chegado a polícia. Eu escutei uns 15 tiros, mas fiquei escondido na cabine do caminhão, achei que era um assalto no próprio posto. Quando cessou tudo e eu desci do caminhão, eu vi a viatura saindo e reconheci meu carro”, relata o caminhoneiro.
Meyrejane foi atingida com um tiro nas costas e foi levada pelos próprios policiais para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em estado grave com perfuração na bexiga e no intestino. A vítima seria transferida para o Hugo (Hospital de Urgências de Goiânia), mas os médicos relataram que ela não aguentaria um transporte de longa distância. Por isso, ela foi encaminhada para o Hospital de Santa Maria, no DF, onde segue internada.
Segundo a PM, os policiais à paisana confundiram o carro da vítima com um veículo que possui as mesmas características e foi roubado dias antes na região. Eles desconfiaram quando a mulher começou a fugir e acionaram o reforço.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que “foi feito um registro do RAI (Registro de Atendimento Integrado) da abordagem, bem como a equipe compareceu a delegacia da Polícia Civil para as providências legais. Assim que a Polícia Militar tomou conhecimento do caso, foi determinado a instauração de um procedimento administrativo disciplinar para apurar os fatos”.