O Ministério Público de Goiás denunciou Alessandra Fiusas das Neves pela morte de sua filha Jullyana Neves da Cunha, de 1 ano e 8 meses, ocorrida em 21 de fevereiro último, no Parque Santa Rita, em Goiânia. Ela responderá pelo crime de homicídio quadruplamente qualificado, por ter sido cometido por motivo torpe, utilizando meio cruel e recurso que tornou impossível a defesa da vítima, e por ter sido cometido contra menor de 14 anos de idade, e também pelo crime de destruição de cadáver.
O promotor de Justiça João Teles de Mora Neto, autor da denúncia, narra que o bebê é fruto do relacionamento de Alessandra com Rômulo Nunes da Cunha, com quem foi casada por 12 anos. O casamento deles terminou cinco meses antes do crime, ficando Jullyana e um irmão aos cuidados da mãe. Consta da denúncia que Rômulo, no entanto, tinha a intenção de ficar com a guarda da menina. Insatisfeita com a separação e para chamar a atenção do ex-marido, Alessandra começou a simular situações de desmaios e mal-estar, não constatados pelos médicos socorrista.
Depois desses episódios, Alessandra proibiu o pai de sair com as crianças nos dias das visitas regulamentadas na separação, passando a exigir a presença dele em sua residência. Três dias antes do crime, na última visita aos filhos, Rômulo foi acompanhado de uma irmã e uma sobrinha, o que impediu mais um plano da mulher em reconquistar o marido.
Na manhã do crime, Alessandra levou a menina para o quarto e, na frente do outro filho, aplicou uma série de golpes de marreta em Jullyana e, para esconder o crime, foi até o fundo do quintal da casa e jogou o corpo da criança numa piscina de plástico, onde estavam vários objetos e também um colchão, ateando fogo em tudo.
Ao notarem a fumaça, os vizinhos foram até lá, mas ouviram de Alessandra que estava tudo normal e que apenas havia colocado fogo na piscina de plástico. Os vizinhos, preocupados, entraram no imóvel em busca das crianças, encontrando apenas Pedro Henrique. Essas pessoas, então, foram até o fundo do lote, encontrando o corpo de Jullyana encolhido e carbonizado em meio às labaredas, sem sinais de vida e visivelmente com fraturas ósseas, como constatou inquérito policial. Questionada pelos vizinhos, a mãe responsabilizou o filho pelo crime e também por seu drama conjugal. Alessandra, no entanto, foi presa em flagrante e está, desde então, na Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia.
(Cristiani Honório / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)