Nelson Müzel se revoltou e cobrou uma atitude do prefeito e do governador de São Paulo. UPA atende 73 pacientes internados com a doença
O médico Nelson Müzel, que trabalha na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itaquera, na zona leste de São Paulo, usou as redes sociais na noite de sábado (27/3) para denunciar uma festa com som alto acontecendo ao lado da unidade que trata 73 pacientes com Covid-19.
“Olha só, a gente não consegue falar com os pacientes no quarto, porque o barulho é tão grande ali dentro que a gente não consegue se ouvir nem ouvir o que o paciente está falando”, relatou.
Na gravação (veja mais abaixo), o médico cobrou o prefeito Bruno Covas (PSDB) e o governador do estado, João Doria (PSDB). Ele afirmou que os gestores não têm feito “nada”.
“Prefeito Bruno Covas, governador João Doria, vêm aqui trabalhar no nosso lugar. Vem aqui, ó. Vê se dá para trabalhar desse jeito? Não tem condição”, afirmou.
“A gente está trabalhando em situação insalubre. Isso é insustentável. Não tem a menor condição de dar qualidade de atendimento para esses pacientes. A gente já está num nível de saturação que não dá para aguentar”, prosseguiu o médico.
No vídeo, Müzel ainda disse que ligou para a polícia “um milhão de vezes”, mas o problema não foi resolvido.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Secretaria de Saúde de São Paulo afirmaram que “repudiam qualquer ato que represente risco à saúde pública, como festas clandestinas, que além disso causam transtorno à população e aos pacientes, como no caso exposto”.
“É lamentável a falta de consciência e de senso de coletividade de todo e qualquer cidadão que promova ou compactue com este tipo de atividade”, diz a nota.
Já a Polícia Militar informou que foi acionada, mas que não interrompeu a festa.
“A Polícia Militar foi acionada, por meio de denuncia anônima, e encaminhou equipes para o local. Como a festa já estava instalada, a PM manteve o policiamento no entorno”, informou a corporação.