Homem chegou a ser preso, mas foi solto em audiência de custódia e não pode se aproximar da vítima. Suspeito tentou retirar companheira a força do hospital para evitar denúncia, diz policia
A jovem de 28 anos que cortou os pulsos para ser socorrida e denunciar violência doméstica era mantida em cárcere privado há três semanas. À polícia, ela relatou que o marido era violento e que apanhou no dia em que decidiu se ferir.
“Me deu um tapa na cara, ameaçou me matar, falou que ia quebrar minha cara, me fez ameaça. Ele é muito violento, violento em trânsito, arruma briga”, contou a mulher.
O comerciante Ariston Alves Meira Filho, de 56 anos, foi preso em flagrante na terça-feira (3). No dia seguinte, passou por uma audiência de custódia e foi solto por não ter motivos para a “segregação cautelar, bastando a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão”.
A defesa do homem disse que Ariston "em momento algum teve qualquer intenção de praticar qualquer ato de violência doméstica, o mesmo também não possui histórico algum de agressão contra mulheres".
A vítima de agressão contou que era proibida de sair de casa ou falar com outras pessoas.
“Eu estava sem como sair, sem celular, sem chave, sem nada. E ele lá, me mantendo em cárcere privado”, contou.
A jovem cortou os pulsos na terça-feira, como uma medida desesperada. Ao ser levada ao hospital, esperou ficar sozinha com enfermeiros e contou que era agredida. Os profissionais, então, chamaram a polícia.
Ariston teria desconfiado da denúncia da companheira e tentou arrancá-la da maca e levá-la embora à força do hospital. O homem ainda tentou fugir ameaçando jogar o carro sobre a cancela do estacionamento, mas a viatura da Polícia Militar chegou ao local e ele foi preso.
Durante a audiência de custódia, o juiz Danilo Farias Batista Cordeiro concedeu liberdade provisória a Ariston com base nos pedidos do Ministério Público e da defesa.
O magistrado decretou que ele cumpra, em liberdade, as seguintes medidas: