Arma que provocou a morte do cantor foi entregue à corporação para perícia. Ele confirmou em interrogatório ser dono do revólver.
O suspeito pela morte do cantor sertanejo Diego Souza Sá, de 28 anos, se apresentou à Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) na quinta-feira (15), em Goiânia. Entregou também para ser periciada a arma que provocou a morte do artista dentro de um lava a jato do bairro Leste Vila Nova.
O homem, de 37 anos, foi interrogado e confirmou ser o proprietário do revólver calibre 38 utilizado no evento e alegou ter disparado de forma acidental.
Segundo o delegado que investiga o caso, Rhaniel Almeida, tanto o autor do disparo quanto o primo da vítima que presenciou a cena, não houve discussão ou desentendimento entre eles no dia do crime.
"A arma não possui registro e o suspeito não falou onde a comprou. Ele foi mostrar esse revólver e neste momento teria acionado o gatilho de forma não intencional", explica o investigador.
A Polícia Civil adiantou que a principal linha de investigação é de homicídio culposo por parte do investigado, por ter agido de forma não intencional, porém imprudente, ocasionando a morte do cantor.
O delegado pondera que o suspeito pode responder, ao final da investigação, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, com pena aumentada por fugir do local para evitar uma prisão em flagrante, e por posse irregular de arma de fogo.
O suspeito, no entanto, por colaborar com a investigação e entregar o revólver, vai responder em liberdade. As penas para os crimes previstos são de seis anos.
Os parentes relatam que o músico acompanhava um primo, que tinha ido buscar o carro no estabelecimento. De acordo com a apuração da Polícia Civil, dentro do local, o dono do lava a jato, que é amigo dos dois, foi mostrar o revólver que havia comprado.
O boletim de ocorrência relata que "no manuseio da arma, o autor a disparou de algum modo, ferindo a vítima na cabeça. Em seguida ao ocorrido, o autor ficou aflito e saiu do local para pedir socorro médico e não retornou mais ao local, inclusive levando o revólver consigo".
Padrinho de Diego, Cairo Mayron Ramos disse que ainda se pergunta sobre como tudo aconteceu de forma tão repentina, interrompendo os sonhos do afilhado.
“A gente não tem noção se foi uma fatalidade, mas foi ao menos uma imperícia. Manusear uma arma sem ser perito nesse manuseio. [...] A gente não quer acusar ninguém, mas causa repulsa: por que o dono de um lava a jato tinha que estar mexendo com arma? O Diego não morreu sozinho, morreu muita gente com ele", disse, emocionado.
Natural de São Miguel do Araguaia, no norte de Goiás, Diego Souza Sá deixa esposa e uma filha de 2 anos. Ele fazia shows em Goiânia e em cidades do interior do estado, segundo o parente.
"Estava crescendo na carreira e todos torciam para ele estourar e fazer sucesso na música", conta Ramos.
Para driblar as dificuldades financeiras causadas pela pandemia do coronavírus, ele também trabalhava na produção de linguiças artesanais.