Investigado, que negou ser dono das imagens, ficou em silêncio sobre o suposto crime contra a filha, em Rio Verde. Corporação apura se houve omissão da mãe da menina.
A Polícia Civil apurou que a filha mais velha do homem preso com 9 mil vídeos de pornografia infantil contou à mãe que a irmã mais nova, então com 13 anos, foi estuprada pelo pai, em Rio Verde, no sudoeste goiano. Segundo a corporação, a mulher alegou que estava tentando achar uma prova para denunciar o marido, de 45 anos. O homem foi preso após uma denúncia anônima sobre as imagens que ele tinha em pen drives, HDs e outros dispositivos.
Ao ser detido, na noite de quinta-feira (15), ele negou à polícia ser dono dos vídeos e ficou em silêncio sobre o suposto crime contra a filha. De acordo com os investigadores, até a manhã desta sexta-feira (16), o preso não havia apresentado advogado.
O delegado Caio Martines Santos Pereira, responsável por registrar a prisão do suspeito, contou que, após o flagrante, a esposa e as filhas do homem foram ouvidas. Depoimentos iniciais delas indicaram que a menina mais velha, que tem 16 anos, tinha contado à mãe, há alguns meses, que a mais nova havia sido abusada.
“A mãe pediu que a mais velha tentasse filmar para ter prova. A filha conseguiu, mas o pai ficou sabendo da gravação e quebrou o celular, destruindo a prova”, disse o delegado.
Também de acordo com o investigador, apesar de o homem ter destruído essa gravação, havia outra em que ele aparecia abusando da mesma filha, que atualmente tem 14 anos. O vídeo estava salvo entre os arquivos de pornografia infantil.
“Tinha um vídeo dele estuprando a própria filha no meio dos outros. Ele diz que não sabia das imagens e se exime da responsabilidade”, afirmou o delegado.
De acordo com o investigador, a denúncia de que o homem abusou da filha será investigada pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da cidade. As datas de cada suposto estupro ainda estão sendo apuradas pela corporação, assim como se houve outros abusos ainda não relatados.
Segundo o delegado, como as investigações estão em andamento, ainda está sendo apurada a conduta da mãe. Os agentes querem saber se ela não protegeu a filha mesmo sabendo do abuso ou se realmente fez o que conseguiu diante da situação.
Como o nome dela não foi informado pela polícia, a reportagem não conseguiu localizá-la para que se posicionasse sobre o caso.
Inicialmente, a PM informou que havia mais de 8 mil vídeos de crianças e adolescentes nus na casa do suspeito. Posteriormente, quando todo o material foi levado para a delegacia, os policiais contabilizaram 9 mil imagens. O homem deve responder por armazenar pornografia infantil e pelo abuso à filha mais nova, podendo ser responsabilizado por mais crimes com o andamento das investigações.
“A gente está diante de um pedófilo, que tinha vídeos de crianças de 3 anos de idade fazendo sexo, uma pessoa altamente perturbada. A gente não pode descartar nada, já que tinha duas filhas menores na casa e ele entrava no quarto quando elas estavam dormindo”, completou o delegado.