Segundo a defesa da família, o cirurgião teria perfurado o intestino da paciente durante a operação, o que resultou em uma infecção generalizada que acabou causando sua morte
A família de Liliane Amorim, que morreu no último domingo (24), aos 26 anos, por complicações de uma lipoaspiração, entrará com uma ação criminal contra o médico que realizou o procedimento, Benjamim Alencar. A família o acusa de erro médico.
De acordo com a advogada da família, Débora Helen Santos Araújo, o cirurgião teria perfurado o intestino da paciente durante a operação, o que resultou em uma infecção generalizada que acabou causando sua morte. A expectativa é que ele responda por homicídio culposo – quando não há intenção de matar.
A reportagem vem tentando contato com Alencar desde sexta, mas nem ele nem nenhum representante retornou as mensagens da reportagem. Se ele decidir comentar o caso, sua versão será incluída imediatamente.
José Bernardino de Sousa Neto, 35 anos, ex-marido e pai do filho de seis anos da influenciadora, prestou queixa contra o médico na Delegacia Regional de Juazeiro do Norte, neste domingo, acompanhado da advogada. Em conversa com a reportagem, ele definiu o suposto erro como “inadmissível”.
A advogada afirma que a queixa relata “negligência” e “imperícia” do médico. De acordo com a defesa e com amigos de Liliane, ela passou seis dias depois da cirurgia se queixando de “muita dor”. Ligou para o médico, mas ele teria menosprezado o relato de seus sintomas.
“Se ele tivesse tratado como deveria, internado no pronto-socorro, ela talvez não tivesse morrido. Ele passou apenas remédios paliativos e analgésicos. Tudo isso está na queixa”, disse a advogada.
Segundo ela, Liliane teve mais de uma perfuração no intestino. “Foi um erro muito grosseiro. Além da imperícia na cirurgia, houve negligência no pós-operatório. Ele não se atentou às queixas dela [na semana seguinte à operação] de muita dor e mal-estar. Ele desdenhava dela, dizendo que era corpo mole”, afirmou a advogada. “Dependendo das provas, haverá indiciamento. Como advogada, acredito que se trata de homicídio culposo.”
Tomografia
A advogada compartilhou imagens da tomografia e o laudo médico de quando Liliane deu entrada no hospital Unimed em Juazeiro do Norte, depois de dias se queixando de dor. Segundo ela, os documentos, que fazem parte do inquérito, comprovam o erro.
Os exames apontam perfurações no abdome e derrame na pleura. O peritônio, de acordo com o laudo, estava tomado por secreções intestinais.